Tuesday 28 June 2011

Estrategias de Equipa


Ultimamente tenho escrito exclusivamente sobre as minhas provas. Ocorreu-me desta vez escrever sobre algo diferente. A importância do trabalho de equipa no Triatlo. Especialmente no que se refere a provas de distancia olímpica onde o drafting no segmento de ciclismo é permitido.

Não é um tema novo. Mas a sua importância cada vez é maior. Se recordarmos os últimos Jogos Olímpicos é fácil perceber que alguns países, os que conseguem ter 3 elementos, utilizam estratégias de equipa durante a prova. Tanto no segmento de ciclismo, como no segmento de natação.

Foi evidente que países como a Nova Zelândia, o Canadá, tinham na sua equipa um elemento cuja principal função era trabalhar no segmento de ciclismo de forma a garantir que o “chefe de fila” chegasse à corrida em posição de disputar a vitória. Não admira que estes elementos tenham ficado nas últimas posições. Mas ambos os seus chefes de fila, chegaram às medalhas.

Ainda neste ultimo fim-de-semana, na prova de Elites masculinas do Campeonato da Europa, assistimos a um trabalho de equipa tremendo da equipa Inglesa. Durante o segmento de ciclismo, o grande favorito à vitória, o Inglês Alister Brownlee, teve um furo. Que o fez atrasar um par de minutos. Imediatamente um outro elemento da equipa deixou-se ficar para trás para o ajudar a juntar ao grupo principal. Ao mesmo tempo, outro elemento tentava abrandar o ritmo na frente da corrida. Dessa forma, Alister conseguir voltar a reentrar no grupo principal, acabando por vencer a prova.

As declarações do Espanhol Xavier Gomez no final da prova são igualmente reveladoras das estratégias que ocorrem durante o segmento de natação. Queixava-se ele que um elemento da equipa Inglesa o tentou desviar da sua rota. Era comum assistir a estas “manobras” por parte de Australianas e Americanas nos tempos áureos da Vanessa Fernandes.

A própria escolha do 3º elemento de algumas nações, não obedece exclusivamente a critérios de resultados competitivos individuais. Obedece a esta lógica do jogo de equipa. Um exemplo é a federação americana de Triatlo ter escolhido um ex-ciclista para membro da equipa de seleccionadores. Alguns países optam por fechar a equipa com muita antecedência. Com o objectivo de optimizar e praticar as estratégias de equipa com antecedência.

Mas ter um excelente ciclista na equipa pode não ser suficiente. Vejamos o que tem acontecido ultimamente em algumas provas do circuito ITU. Especialmente nas provas onde o segmento de natação é disputado sem fato isotérmico, tem havido formação de grupos. E o grupo da liderança inclui sempre atletas muito fortes em qualquer segmento. Tornando muito difícil aos grupos mais atrasados, reagrupar. Se o objectivo é controlar a prova, o elemento “sacrificado” terá que ser igualmente um excelente nadador.

Se olharmos à selecção Portuguesa, tudo indica que teremos um super corredor que é o João Silva. Num dia sim, e dependo da sua evolução durante 2011 e 2012, poderá disputar os lugares cimeiros. Top 10. Contamos igualmente com um excelente ciclista. O Bruno Pais. A grande questão é saber se conseguirá sair da água junto dos da frente. E se o conseguir, estará ele disposto a trabalhar para a equipa sacrificando a sua classificação final. Não esquecer que foi 16º nos últimos JO e 12º na grande Final ITU do ano passado. É um atleta que num dia bom pode surpreender. Sacrifica-lo não é uma decisão fácil O terceiro elemento deverá ser ou o João Pereira ou o Duarte Marques. Ambos melhores nadadores que o Bruno, mas que têm no ciclismo o seu ponto mais frágil.

Desconheço na totalidade como está a FTP a encarar este tema. Mas acredito que com o aproximar da data dos JO, comece a ser um tema importante na agenda!

Bons treinos!

Tuesday 14 June 2011

Triatlo de Oeiras. Uma prova moralisadora!


Oeiras, aquela bela localidade, foi o cenário de mais um triatlo no passado dia 10. Foi o meu regresso ás provas curtas de Triatlo.

É uma prova especial. Cresci naquela zona. Voltar a percorrer aqueles caminhos é recordar bons momentos. Além disso, é um concelho onde a pratica desportiva está bem difundida. Era de prever um numero elevado de participantes. O dia ajudou e assim foi! Mais de 400 atletas à partida!

Cheguei com tempo e todos os preparativos correram tranquilamente! Diria mesmo que correram mesmo muito bem!
A prova em si começou com um episódio engraçado. Esqueci-me que sou veterano:) Faltavam uns 30s para a partida quando me foram dizer que tinha que ir para o lado dos veteranos:)

Desta vez estava decidido a “sofrer” na água. E assim foi. Mesmo depois de muita confusão até à 1ª bóia, consegui sempre manter um ritmo forte. Sai da água na posição que queria. A T1 não foi a ideal, mas não comprometeu.

Chegado o segmento de ciclismo era altura de esperar pelos ciclistas fortes que viriam de trás. O 1º a aparecer foi o Sica. Fui com ele. Ia um grupo numeroso uns 20s à nossa frente. Ele incentivou-me a ajudar na perseguição. Fui ajudar o melhor que pude. Erro de principiante. Sou um ciclista mediano. Os nossos esforços foram em vão. Pior que isso, mesmo no inicio da subida da Cruz Quebrada, fomos alcançados por um grupo numeroso que vinha com um andamento bastante forte. Acabei por ficar “pregado” na subida. Não tive capacidade para ir com o grupo. Tinha-me desgastado demasiado.

Acabei por ficar num pequeno grupo onde íamos “puxando” à vez. Já no retorno, ao chegar a Paço de Arcos acabamos absorvidos por um grupo numeroso que vinha em bom andamento. Finalmente consegui descansar um pouco até á T2. Faltavam os 5km de corrida.

Fiz uma rápida T2 e assim que entrei na Marginal fui alcançado pelo meu colega de treino Nuno Pereira. Fui no seu encalço. O ritmo era desconfortável mas fui resistindo. Sentia que desta vez ia a correr. Estava a conseguir ir no meu limite. Resisti 4,7 km. A 300m da meta descolei do Nuno. Mas não quebrei. Estava quase. No final, apesar do resultado classificativo ter sido médio, estava muito satisfeito. Mais que a classificação, o facto de ter conseguido “correr”, de ter ido ao limite, era o mais importante para mim. Ficou “o amargo de boca” por ter perdido aquele grupo no ciclismo. Custou-me 2m no tempo final. Teria sido a minha prova mais rápida de sempre.

Se algum mérito esta prova teve foi melhorar o moral. A vontade de treinar. Estava a precisar.
Agora deverei voltar a competir no Triatlo Olímpico sem “roda” de Vila Viçosa, dia 12 de Julho.
Pelo meio há o Triatlo de Aveiro. Não faço planos de lá ir. Mas veremos!

Bons treinos!

Wednesday 1 June 2011

Triatlo Longo de Aveiro – Mais um monumental arrasto numa excelente prova .

No passado Domingo completei o meu 6ª Triatlo Longo. O meu 2º em Aveiro. Mais concretamente em S.Jacinto.

Se o Triatlo Longo de Lisboa é uma prova a não perder que pela sua dimensão, a prova de Aveiro para mim será sempre nostálgica. Passei muitos Verões naquela zona. Voltar ali é recordar muitos bons momentos. Além disso, o cenário da prova é muito bonito.

Em relação à prova em si, a minha prestação foi quase em linha com o que esperava. Uma natação normal, um ciclismo razoável e uma corrida muito fraca. Demasiado fraca para o objectivo a que me propunha. Fazer a prova abaixo das 5h. Fiz 5h09m.

O dia começou cedo. A prova começava ás 8h. Cheguei a S.Jacinto eram 6h45m. Os preparativos correram muito tranquilamente. Sem surpresas de ultima hora. Receava o aparecimento da chuva. O tempo andava a prometer isso mesmo. Mas felizmente não, esteve um dia muito bom. Apenas o vento que este ano soprava de Sul estava intenso.

A partida foi dada à hora e assim começava mais uma jornada triatletica! A natação foi tranquila. Não correu particularmente bem porque naveguei muito mal varias vezes e fiquei só durante a maioria do percurso.

O ciclismo foi razoável. 4 voltas de 22,5 km. A 1ª parte do percurso com vento pelas costas. O retorno, dureza, dureza. Como é habito fui controlando a intensidade pelo medidor de potencia. Novamente o meu ritmo cardíaco estava em valores ridículos. Cheguei a ver 132 bpm para uma percepção de esforço moderada. Em condições normais estaria perto das 150 bpm. Durante todo o segmento fui alternando entre momentos bons e maus. Por vezes sentia-me bem e fluido a pedalar. Noutras altura, sentia-me desconfortável e sem força. É normal isto suceder num segmento que dura 2h40m no meu caso. O resultado deste segmento acabou por ser razoável, dentro que que julgo estar a valer a pedalar.

Ia começar a minha prova:) Entrava na corrida. Sabia de antemão que algures iria andar. Até me passou pela cabeça (não na prova, mas antes dela) começar a andar de inicio. O 1km. Talvez recuperasse as pernas e depois conseguisse correr os restantes 20km. Mas em prova não o consegues fazer. Enquanto tens energia e a dor não é demasiado insuportável, não paras.

Pelos meus cálculos iniciais, teria que correr em menos de 1h42m para baixar as 5h. Perfeitamente possível. Quando entrei para a 2ª das 5 voltas, o objectivo ainda estava de pé. Mas aos 6km a máquina começou a entrar em modo de alarme. Demasiado cedo. Comecei a andar aos 7km. Mesmo o recomeçar a correr era penoso. Ia demasiado devagar. E assim foi até à ultima volta. Só voltei a correr normalmente os últimos 3km. No final, 1h52m para o segmento. Muito mau! Objectivo falhado:(

Mas nestas coisas, um dos objectivos é terminar. E esse estava alcançado! Tinha sido uma bela jornada, num excelente local.

Espero voltar à competição em Oeiras. Embora haja a possibilidade de ter um compromisso nesse dia que inviabiliza a minha participação. Gostava de ainda fazer mais um Triatlo Longo este ano. Mas pelas notícias que correm, não deverá haver mais nenhum cá em Portugal.

Ir ao estrangeiro não é muito provável e acabo por ficar com a sensação que a época terminou…em Maio!

Bons treinos!