No passado Domingo estiveram
reunidas as condições perfeitas para realizar um Triatlo. Um dia magnifico de
Sol, pouco vento, um local excelente para a pratica da modalidade.
Sempre que posso, marco
presença. Cresci ali na zona, naquela praia guardo muitas recordações e sinto
sempre esta prova de forma única. Este ano voltava a ser Campeonato Nacional de
age groups, com uma partida separada para > 40 anos.
Este ano tudo correu bem
do ponto de vista logístico. Fui cedo com a equipa, o check in foi atempado,
houve tempo para fotos e brincadeiras antes de pensar na prova em si. É assim
que gosto.
Se em todos os triatlos
sprint nadar rápido é fundamental, em Oeiras ainda o é mais. Há-que nadar com a
corda na garganta e procurar navegar bem. Desta vez procurei aquecer
bem para sair com tudo! Acontece que este ano a mare estava vazia. Com uma
partida na areia havia que correr ainda uns quantos metros até chegar á agua e
já dentro desta continuar a fazê-lo porque a profundidade era baixa. Digamos que
abafei logo neste primeiro sprint. Entrei na agua já com falta de oxigénio.
O
1º minuto foi para me recompor!!! E lá fui a tentar forçar
o que conseguia e o corpo deixava. O segmento correu tranquilo, sem peripécias de
relevo. Ao sair da água o nível de oxigénio continuava baixo e aquela corrida
até á T1 pareceu-me interminável. Não era um bom sinal, as pernas iam pesadas.
Tentei fazer uma T1 rápida.
Não interessa o tempo da natação, há-que olhar para o que falta. Dava para
perceber que os tubarões Vs já pedalavam. Era o que era. Falta-me tirar 30 a 40'' ao segmento. Uma quase utupia. A utupia que nos move!
O ciclismo foi um misto de sensações.
Como é normal em Oeiras, rapidamente se formam grupos. Sofri nos primeiros
esticões. As pernas iam a arder sempre que precisava de mudar de andamento.
Felizmente defendia-me com facilidade sempre que o terreno inclinava. Dei por
mim a pensar que com as pernas naquele estado, a corrida ia ser um arrasto.
Mas fui melhorando. Ao
ponto de por vezes passar pela frente do grupo. O ritmo foi sempre vivo até aos 14km.
Altura em que apanhamos o grupo que ia á nossa frente. A partir desse momento, houve um claro abrandamento com todos já a pensar na corrida. É nestas alturas que acho que
me devia armar em boss e por a malta a mexer. Afinal sou um coxo a correr.
Quanto mais á frente acabar o ciclismo menor é a probabilidade de ser apanhado
pelos corredores que vêm de traz. Mas não estive para isso. Fui apenas para a
frente no ultimo km espicaçar o ritmo.
Começava a corrida. Procurei
“marcar” logo de inicio o Luis Silva. Por norma corre mais que eu.
Conseguia acompanha-lo
sem ir no limite. Era um bom inicio tendo em conta os pensamentos que tinha
tido no ciclismo. Mas sempre que fazia o retorno junto á praia de Santo Amaro e o terreno inclinava,
as pernas perdiam gás. Sofria para manter o ritmo. A perceção de esforço foi
subindo e a partir da 2 volta já ia no limite. Acabei por perder o Luis na 2ª
passagem por esse retorno. Mas bem vistas as coisas, o segmento até me correu
bem para o meu nível de corrida.
Foi com grande
satisfação que terminei. 1h05’ de tempo final, 30º classificado, 14º no escalão.
Num dia onde o field competitivo nos V2 estava muito forte. No final de tudo, a
sensação de dever cumprido. Esforcei-me e sofri em todos os segmentos. Triatlo
é isto. São estas sensações que me movem! Top.
Três notas de realce para
terminar:
- Mais um estreante 3B em Triatlos Sprint. Jonas Massano. É isto que nos move. Trazer as pessoas para a
pratica da modalidade. Independentemente do nível competitivo. E para ti Madalena
Fontinhas, como gosto de te ver competir nestas distancias. É a tua cara J e claro, parabéns pelo 2º lugar no escalão!!!
Mais um caneco!!!
- Gosto de destacar a presença de ex atletas de alta
competição como Nuno Laurentino (natação) e o Bruno Pais (Triatlo) entre provavelmente
outros que desconheço. Estavam habituados a ganhar, era o que os movia, agora é
participar e chegar ao fim. O nosso desporto precisa de mais exemplos destes.
Alta competição é uma coisa, praticar atividade física é outra.
- O 6º Lugar entre todos
os veteranos (>40 anos) do Carlos Brito. Alguém que tem mais de 60 anos e
continua num nível incrível. E sem treinar corrida, palavras do próprio J Grande
prova, grande admiração. Mereces uma vénia!!
Estou a 6 semanas do
Triman. Oeiras serviu para motivar, para me fazer lembrar o gosto que tenho pela
modalidade e pelo ambiente da mesma. Agora há-que meter kms e ter presente na
partida do Triman que não vou estar com o treino ideal. Há que ter juízo, o dia
vai ser longo e o objetivo não é caminhar na corrida.
Saudações desportivas.