Tuesday, 7 May 2019

Triatlo de Oeiras




No passado Domingo estiveram reunidas as condições perfeitas para realizar um Triatlo. Um dia magnifico de Sol, pouco vento, um local excelente para a pratica da modalidade. 

Sempre que posso, marco presença. Cresci ali na zona, naquela praia guardo muitas recordações e sinto sempre esta prova de forma única. Este ano voltava a ser Campeonato Nacional de age groups, com uma partida separada para > 40 anos.

Este ano tudo correu bem do ponto de vista logístico. Fui cedo com a equipa, o check in foi atempado, houve tempo para fotos e brincadeiras antes de pensar na prova em si. É assim que gosto.

Se em todos os triatlos sprint nadar rápido é fundamental, em Oeiras ainda o é mais. Há-que nadar com a corda na garganta e procurar navegar bem. Desta vez procurei aquecer bem para sair com tudo! Acontece que este ano a mare estava vazia. Com uma partida na areia havia que correr ainda uns quantos metros até chegar á agua e já dentro desta continuar a fazê-lo porque a profundidade era baixa. Digamos que abafei logo neste primeiro sprint. Entrei na agua já com falta de oxigénio.

O 1º minuto foi para me recompor!!! E lá fui a tentar forçar o que conseguia e o corpo deixava. O segmento correu tranquilo, sem peripécias de relevo. Ao sair da água o nível de oxigénio continuava baixo e aquela corrida até á T1 pareceu-me interminável. Não era um bom sinal, as pernas iam pesadas.

Tentei fazer uma T1 rápida. Não interessa o tempo da natação, há-que olhar para o que falta. Dava para perceber que os tubarões Vs já pedalavam. Era o que era. Falta-me tirar 30 a 40'' ao segmento. Uma quase utupia. A utupia que nos move!

O ciclismo foi um misto de sensações. Como é normal em Oeiras, rapidamente se formam grupos. Sofri nos primeiros esticões. As pernas iam a arder sempre que precisava de mudar de andamento. Felizmente defendia-me com facilidade sempre que o terreno inclinava. Dei por mim a pensar que com as pernas naquele estado, a corrida ia ser um arrasto.

Mas fui melhorando. Ao ponto de por vezes passar pela frente do grupo. O ritmo foi sempre vivo até aos 14km. Altura em que apanhamos o grupo que ia á nossa frente. A partir desse momento, houve um claro abrandamento com todos já a pensar na corrida. É nestas alturas que acho que me devia armar em boss e por a malta a mexer. Afinal sou um coxo a correr. Quanto mais á frente acabar o ciclismo menor é a probabilidade de ser apanhado pelos corredores que vêm de traz. Mas não estive para isso. Fui apenas para a frente no ultimo km espicaçar o ritmo.

Começava a corrida. Procurei “marcar” logo de inicio o Luis Silva. Por norma corre mais que eu.
Conseguia acompanha-lo sem ir no limite. Era um bom inicio tendo em conta os pensamentos que tinha tido no ciclismo. Mas sempre que fazia o retorno junto á praia de Santo Amaro e o terreno inclinava, as pernas perdiam gás. Sofria para manter o ritmo. A perceção de esforço foi subindo e a partir da 2 volta já ia no limite. Acabei por perder o Luis na 2ª passagem por esse retorno. Mas bem vistas as coisas, o segmento até me correu bem para o meu nível de corrida.

Foi com grande satisfação que terminei. 1h05’ de tempo final, 30º classificado, 14º no escalão. Num dia onde o field competitivo nos V2 estava muito forte. No final de tudo, a sensação de dever cumprido. Esforcei-me e sofri em todos os segmentos. Triatlo é isto. São estas sensações que me movem! Top.

Três notas de realce para terminar:

- Mais um estreante 3B em Triatlos Sprint. Jonas Massano. É isto que nos move. Trazer as pessoas para a pratica da modalidade. Independentemente do nível competitivo. E para ti Madalena Fontinhas, como gosto de te ver competir nestas distancias. É a tua cara J e claro, parabéns pelo 2º lugar no escalão!!! Mais um caneco!!!

-  Gosto de destacar a presença de ex atletas de alta competição como Nuno Laurentino (natação) e o Bruno Pais (Triatlo) entre provavelmente outros que desconheço. Estavam habituados a ganhar, era o que os movia, agora é participar e chegar ao fim. O nosso desporto precisa de mais exemplos destes. Alta competição é uma coisa, praticar atividade física é outra.

- O 6º Lugar entre todos os veteranos (>40 anos) do Carlos Brito. Alguém que tem mais de 60 anos e continua num nível incrível. E sem treinar corrida, palavras do próprio J  Grande prova, grande admiração. Mereces uma vénia!!

Estou a 6 semanas do Triman. Oeiras serviu para motivar, para me fazer lembrar o gosto que tenho pela modalidade e pelo ambiente da mesma. Agora há-que meter kms e ter presente na partida do Triman que não vou estar com o treino ideal. Há que ter juízo, o dia vai ser longo e o objetivo não é caminhar na corrida.

Saudações desportivas.