Decorreu ontem
mais uma edição do Triatlo de Oeiras, no local habitual, na praia da Torre.
Disputado como é tradicional,
no formato sprint. 750m, 20km, 5km.
Por inúmeros
motivos, não gosto de falhar esta prova.
Fui cedo como é
habito. Este ano fui acompanhar a Madalena e o Hugo, que animam o “Correr Benavente”
e se propuseram a iniciarem-se nestas andanças. Dar algum apoio e orientação.
Iam fazer a Prova Aberta.
Queria fazer o
check in juntamente com a Prova Aberta. Com 500 atletas inscritos na prova
principal, previa muita confusão durante o mesmo. Para minha surpresam, não me
o permitiram, o que mais tarde veio criar-me algum stress desnecessário.
Aproveitei para
assistir tranquilamente á Prova Aberta na companhia de alguém que me é especial.
O que dá sempre outro significado ao momento. Esperei até ver a
Madalena e o Hugo terminarem com sucesso e satisfação a sua 1ª experiencia Triatletica
e quando me dirigi para o check in, a fila estava interminável. O mesmo abriu
tarde e a más horas e acabei por estar 40’ na fila, retirando-me a possibilidade
de fazer o aquecimento na água bem feito e de desfrutar o momento com tranquilidade. Cheguei á areia, faltavam menos de 15’ para a
partida.
Apesar de ter aliviado
o treino com o objectivo de estar fresco, era tudo o que não sentia. A semana
social não foi a ideal para descansar e o Sábado foi tudo o que não
queres. Ensaios e festas da criançada.
Enfim, não me recordo de me sentir tão cansado antes de uma prova.
Mas a experiencia
já me mostrou que estas coisas podem mudar. Assim a que o tiro de partida dá, a
adrenalina toma conta de ti e as sensações mudam. Por isso, era manter-me
positivo. A estratégia era
nadar o melhor possível, poupar energia no ciclismo e tentar fazer uma corrida
forte.
Sabia que a maré
estava a vazar o que podia causar dificuldades no rondar da 1ª bóia. A vazante
ao largo é muito forte. Tive essa confirmação minutos antes da partida. Por isso, teria que partir o mais á esquerda possível
na box dos Veteranos, que infelizmente não era a mais á esquerda de todas. Assim que deu o
tiro de partida, não corri a direito para a praia. Corri na diagonal para a
esquerda. E assim que comecei a nadar fui sempre indo para a esquerda até ao
ponto de estar completamente só a nadar do lado esquerdo. Numa partida com 500
atletas esperas muita confusão, muita tareia. Nada disso aconteceu. Ia só,
claramente para a esquerda de todos. A determinada altura achei que tinha
exagerado. O desvio devia estar a ser grande demais. A distancia a mais que
estava a nadar não ia compensar. Mas as duvidas rapidamente se dissiparam. A
minha aproximação á bóia foi “supersónica”. E quando lá cheguei reparei em muitas
tocas amarelas e verdes, o que era um bom sinal.
Mas cometi o “erro”
de ir demasiado directo á bóia. Fiquei a nadar parado a 1’ á esquerda da mesma.
A tentar contorná-la. Não conseguia. A confusão era muita. Não conseguia nadar
com força porque me puxavam os braços, o ar começou a faltar-me e a situação
começou a ficar negra.
Tive que tomar
uma decisão rápida para segurança pessoal. Passei junto á bóia mas deixei a
mesma á esquerda, infringido as regras. Foi um momento complicado. Por um lado
aliviado de sair daquela aflição, por outro, desanimado porque não era justo.
Pensei em fazer a prova até ao fim e auto desclassificar-me. Demorei a
reagir. Nadei seguramente uns 200m em modo relax a pensar no tema. Até que
novamente atletas de toca verde e amarela me começaram a passar. Procurei então reagir e entrar em modo de
prova novamente.
Por tudo isto, sabia
que tinha nadado bem. Mas isso, na altura não me estava a dar motivo de
satisfação. Mas queria ir até ao final.
Iniciei o
ciclismo juntamente com outro atleta. Ia-mos a trabalhar bem os dois. Por volta
dos 6km fomos absorvidos por um grupo numeroso onde vinham muitos dos V1 e V2
que disputam o pódio. Para mim, era a primeira vez que isto sucedia. A partir
dai foi gerir as pernas e a energia. Tentar desgastar-me o menos possível.
Para surpresa
minha, apercebi-me pelas conversas dentro do grupo, que muitos atletas não
tinham rodando a bóia. Isso mudava em certa medida, o meu chip! O organização
tinha decidido a determinado momento mandar os atletas directos para 2ª boiá.
Mais uma vez, eu tinha antecipado a decisão da organização. Aquilo que me pesou
na consciência, afinal tinha sido a decisão correcta. E tendo eu nadado até á bóia,
seria até certamente dos mais prejudicados. Muitos nem perto dela devem ter
estado.
Chegava a
corrida. Tentei o que pude. Mas as pernas foram sempre meio presas. Para o reduzido
desgaste que o ciclismo tinha causado, devia estar mais solto. A falta de
frescura era evidente. Mas fui indo, a sofrer o que o corpo deixava. Esperava ter corrido
um pouco melhor. Este “pouco” foi suficiente para ficar fora do top 10 do escalão.
Estamos a falar de segundos.
No final 13º V1 (entre 98), 80º da geral masculina
(entre 400) embora com toda a confusão que aconteceu na água, este resultado serve
de pouco como indicador. Fico com a sensação que fiquei beneficiado em relação
a alguns atletas e prejudicado em relação a outros.
Enfim, foi uma
prova diferente. Um misto de muito boas, boas e menos boas emoções num curto
espaço de tempo. Certamente para recordar.
Agora preciso de
olhar para o calendário e planear o final de época. Ainda não sei quando
voltarei a competir.
Hugo e Madalena, o
próximo já é a sério! Toca a treinar!
Saudações
desportivas