Decorreu ontem em
Peniche o CN de Triatlo de Escalões de Idade, prova disputada na distância
Sprint (750m, 22km, 5km).
Para mim é sempre
uma prova emblemática. Já a fiz muitas vezes mas sempre que posso, participo. O
facto de ser CN acaba por lhe dar outra cor e dinâmica. Muitos atletas de touca
vermelha este ano e um novo percurso de corrida, aparentemente bem medido e no
meu entender bem melhor que o anterior!
Foi aqui que
parti a clavícula o ano passado e esse pensamento esteve bastante presente,
especialmente durante o percurso de ciclismo. Mas há que enfrentar os
“fantasmas” e pô-los para trás das costas! Nunca hesitei em querer voltar a
Peniche.
Apesar de vir de
um período de treino menos bem conseguido, nas ultimas duas semanas, embora
ainda sem as boas sensações estarem de volta, a qualidade do treino melhorou. O
objectivo era ficar perto do top 10 do escalão (V1: 40-44). O plano era
simples. Sair a todo o gás na natação, lutar com todas as forças na bicicleta e
sofrer para aguentar o peso das pernas na corrida.
E assim foi. Dado
o vento estar de Norte, procurei partir do lado Norte da linha. Atrás de
atletas mais rápidos que eu. O objectivo não era segui-los, mas sim ter alguma
agua “limpa” e evitar a confusão. Mas nem por isso resultou. Era muita gente
para uma linha de partida tão pequena. Os primeiros 100m foram uma “violência”,
mas depois encontrei o meu espaço e fui indo, sempre á procura de “pés” e o
mais rápido que conseguia. Sentia que não
devia ir mal, mas não levei cronometro, por isso quando sai da agua não fazia
ideia como tinha nadado.
Procurei fazer uma T1 tranquila e começar o ciclismo
com prudência. Rapidamente me vi num pequeno grupo, no qual tive que assumir a
liderança nas primeiras abordagens mais selectivas. Mas foi “Sol de pouca dura”.
Fomos absorvidos por um grupo bastante forte, liderado pelo Hugo Ferreira. Iam
começar as minhas dificuldades. O
andamento era muito forte, ia em nítidas dificuldades. No chamado “elástico”.
Não era o único. Para piorar era a parte mais sinuosa e selectiva do percurso.
Resisti até onde consegui. Descolei na ultima subida da 1ª volta. Ainda tentei
recolar. Eu e outro atleta. Mas foi um esforço em vão. Acabei por ficar com
parte do grupo onde vinha inserido. Mas nunca fui fácil. Voltei a passar por
dificuldades na 2ª volta embora tenha conseguido resistir. A 3ª e ultima volta
acabou por ser mais tranquila mas nem por isso fácil. Chegava o segmento de
corrida e com ele o alivio das possíveis quedas e a certeza que iria terminar a
prova
.
Tinha perfeita
consciência que o ciclismo me tinha deixado “marcas” nas pernas. Era tentar
defender-me o melhor possível. As pernas iam pesadas mas ia a sentir-me a
“correr”. Não me ia a arrastar. Deveria
ir próximo dos meus objectivos classificativos, mas a perder lugares. Nada de
novo.
A partir do
ultimo retorno e com o aproximar da meta procurei aumentar o ritmo por forma a
minimizar o numero de lugares perdidos.
Acabei praticamente a sprintar!
No final, como
sempre uma enorme satisfação por ter terminado e a sensação de dever cumprido.
Fui 89º da
classificação absoluta e 13º entre os 67 V1 que terminaram a prova. A 1’ do 10º
classificado. Parece pouco…mas é uma eternidadeJ
No global,
provavelmente o melhor prestação de sempre num Triatlo Sprint. Uma natação a
recompensar-me do investimento que tenho feito, um ciclismo rápido para o
percurso e para as minhas capacidades e uma corrida em linha com o esperado.
Fico sempre o
achar que posso melhorar aqui ou ali. Por vezes é uma ilusão que nos alimenta a
motivação. Gostava de nadar 1´menos. Sair pertos dos primeiros veteranos.
Embora claramente não teria pernas para pedalar com eles. Sei tb que posso
correr melhor. Mas para isso, preciso de fazer um ciclismo menos no limite. O
peso tb pode ainda ser afinado. Enfim, esta é uma das facetas interessantes da
modalidade. Há muito por onde pensar em melhorar, em manter a motivação.
Saudações
desportivas!!
Ultrapassar os fantasmas e ter algo que mantenha a motivação. Creio que foi e é o mais importante. Abraço. Olímpio
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