Monday, 21 October 2019

Cronica de um vitória inesperada



Não vou dizer que ficar em 1º não dá satisfação. Claro que sim. Mas ficar em 1º por vezes não é ganhar, e ás vezes ganhamos e não ficamos em 1º. Há que ver as coisas em perspetiva 

A vitória no meu escalão (45-49) ontem no Triatlo Sprint CR de Leiria foi uma completa surpresa. Não estava no pensamento. Nem sequer o pódio. Não estou na melhor forma. Aliás, há amuito tempo que não o estou. Digamos que me vou mantendo, existe sempre uma base, mas estou longe de estar muito bem.

A somar a isso inscrevi-me (e não estava inscrito na data inicial da prova) porque dificilmente irei ao Triatlo de Vila Moura. Era uma forma de antecipar o final da época. Para piorar, fui com sentimentos mistos. Por motivos pessoas queria regressar cedo e rapidamente comecei a perceber que a prova ia acabar tarde. Tive que resolver isso rapidamente, caso contrario não ia desfrutar do momento.

Ajudou ao resultado muitos atletas do meu escalão já terem acabado a época e outros andarem a treinar para outras distancias e outras provas. A competitividade era menor. Se bem que eu nem vi quem estava na start list. Ia apenas fazer a minha prova. Era o que tivesse no corpo, gerido por sensações, sem relógio como gosto! A propria performance não foi nada de extraordinário, como já disse antes, não estou no meu melhor. Mas foi  razoável e equilibrada o que me deu satisfação.

Foi uma natação diferente. Não houve as confusões das mass starts. Partidas individuais de 30 em 30’’. Sem confusão, sem necessidade de ir á morte. Apenas forte. Fui progredindo. Um bicicleta sempre em dilema. Estaria a forçar demais?! Ou era o ritmo certo?!. A corrida mostrou que era o ritmo certo. Sofrida, sempre a lutar, mas sempre a forçar, a sentir que ia a correr. Bastante aceitável para o meu nível de corredor. Esta sim, a minha verdadeira vitória!!!

Uma palavra especial para o Sérgio Batalha. Uma performance notável! A mostrar que este formato de prova sem roda o beneficia. Uma natação já de nível bastante bom e o resto já sabemos do que ele é capaz! Não só venceste o teu escalão, como penso que a geral absoluta dos veteranos. Tendo em conta que partilhamos a viajem os dois juntos, tornou o dia singular. Um dia especial para o 3B!

Um obrigado especial ao grupo do 3B. Especialmente a quem me acompanha nas pedaladas de Domingo. Se não fossem vocês, dificilmente teria recuperado a forma suficiente pós ferias para ter este resultado.

E Bruno Fonseca, está resolvido um dos teus fantasmas. Foi aqui que fizeste um teu 1º Triatlo. De menos boa memoria! Mas isso já lá vai! Ver-te na corrida foi especial 😊 São histórias que vão ficando nas nossas vidas!

E por ultimo, Claudio Canavilhas, a estrela da prova foi mesmo a Aurora e a mãe dela! Lindo, poderes estares nestes momentos com a família a apoiar, e ela tão bebezinha! O momento de ternura do dia!!!

Agora é descansar, procurar motivação e planear 2020! Ultimo ano V2! O tempo voa….

Wednesday, 19 June 2019

O dia que obrigaram o PAN a correr 50km




No passado Domingo foi dia de regressar á Galiza para participar pela 3ª vez no Northwest Triman.

Uma prova de Triatlo Longo disputado na mítica distância Iron Man (3.8km a nadar, 180km a pedalar e 42km a correr) na pacata localidade de As Pontes de Garcia Rodriguez.

Next time you're looking for a race adventure, don't forget to think outside of the bigger names. Smaller events offer a unique experience. “You are less a part of a cookie-cutter formula where everything works like clockwork”

Era o regresso passado um ano, muito em parte motivado para acompanhar o meu companheiro de treinos a limpar os fantasmas menos positivos da edição de 2018. 

O que mudou na preparação. Basicamente duas coisas:
  1. Concentrei o treino longo de corrida num único dia mas partido por duas sessões, evitando assim treinos muito longos de corrida; 
  2. realizei um par de sessões mais longas de ciclismo;

Se me sentia melhor preparado? Difícil responder. Sentia-me sim mais descansado. Melhor dormido e mais relaxado e fresco.

O dia não começou da melhor forma. Quando já estava de fato isotérmico vestido, fomos informados pelo Juízes que o segmento de natação ia ser cancelado. Algo que me apanhou de surpresa. Há poucos lugares melhores para nadar que aquele lago. A agua é translucida, quase não há correntes e a temperatura da água nunca é muito fria. Não esperava aquela noticia. O segmento de natação ia ser substituído por uma 1ª corrida.  Além da deceção de não fazer um triatlo, o meu segmento mais fraco é o de corrida. Se já duvidava se conseguiria correr os 42km no fim, neste formato, pior ainda.
A razão do anulamento prendia-se com a falta de visibilidade. Estava uma neblina matinal assente sobre o lago que impedia que se visse as boias. Era impossível navegar e assegurar a segurança dos atletas.

No entanto, a decisão ainda foi revertida. A neblina levantou ligeiramente e ainda fomos chamados para a praia para partir. Os atletas que participavam na prova com metade da distancia ainda partiram. Mas imediatamente começaram a navegar na direção errada, tendo os juízes decidido (e bem) retirar todos os elementos da água.
Em pouco minutos era anunciado o que já se esperava. Natação cancelada e substituída por uma corrida de 8km. Teríamos que correr 50km no total. Pouco animador L

Procurei resolver rápido a deceção. Gosto muito daquele local, respeito imenso esta prova e havia um dia longo de competição pela frente. Iria usar os 1os 8k como aquecimento. E assim foi.
Se por um lado este kms iam colocar um maior stress sobre os grupos musculares inferiores, tendo em conta o frio que estava a natação ia implicar um dispêndio calórico superior. Obviamente preferia ter nadado, mas difícil inferir se teria corrido melhor os últimos 42km se não tivesse corrido estes 8 iniciais. Esta 1ª corrida era em terra batida, num percurso junto ao lago. Procurei desfrutar a natureza daquele momento.  Tudo muito tranquilo.

Comecei o ciclismo com boas sensações. Tinha que ir fácil, poupar-me muscularmente. É sempre um desafio para mim este segmento. É onde se pode deitar tudo a perder. Se por um lado sabia que tinha que ir fácil, por outro é o segmento onde me sinto mais confortável, onde posso recuperar posições. Tinha que encontrar o balanço certo.

Fui perdendo conforto e frescura com o passar dos km. A frescura era normal, o desconforto, escusado. Falta de km na bicicleta de TT com o Trisuit. É um aspeto a melhorar. Procurei alimentar-me e hidratar-me bem. Algo que descurei em 2018 e paguei caro!

Chegava a ultima corrida. Nada menos que uma maratona. Num percurso que não é fácil. 350m de acumulado de subida, com imensos falsos planos. Como iria ser?!! Comecei razoável. As pernas estavam a responder. Era um bom sinal. Havia que continuar a comer como um relógio. 1 gel de 5 em 5km. A estratégia estava a funcionar. Ia bem do ponto de vista geral. O melhor que sempre me senti nestas aventuras. Mas aos 15km comecei a quebrar muscularmente. A pernas começaram a ficar pesadas. Inflamadas!!! A eficiência começou a ir-se. Havia que travar um ritmo que de si já era lento. Ainda faltava muito e havia que gerir. Entrava em modo de sofrimento quando ainda tinha mais que 2h de prova pela frente. Não valia a pena pensar nisso. Comecei a gerir de 5 em 5 km. Chegar aos 20, aos 25, aos 30…chegados os 35 já não havia forma de parar. Estava feito. Fico sempre impressionado com a capacidade de sofrimento do ser humano.
Aquele ultimo km no planalto do lago custa imenso. Parece que não acaba! Mas depois da descida, o sentimento de satisfação começa a tomar conta de ti e as pernas até aceleram até á meta.

Mais uma jornada para recordar!
10h32’ de prova divididos por 42’ 1ª corrida, 5h47’ ciclismo e 3’58’’ na ultima corrida.
Mais uma vez, apesar de levar relógio, nunca olhei para eleJ Tudo foi gerido por sensações.
Olhando a prestação, obviamente fiquei satisfeito, mas fica a sensação que posso tirar 10’ na corrida. Falta mais kms de bicicleta e um par de kg a menos.

Mas estas provas são mais que a competição em si. Super orgulhoso da prestação do Bruno Fonseca. Ainda pensei que te conseguia apanhar na corrida. Mas honestamente não queria. Isso teria significado que terias quebrado (mais do que já iasJ). Não é fácil correr uma maratona quando já se vem em perda no ciclismo. Imagino a tua luta mental. Certamente mais difícil que a minha. Mas geriste bem, deste a volta e terminaste saudável. E fica a sensação que com mais um par de anos, tiras 30’ ao teu tempo. Evoluíste imenso num ano. Estás de parabéns.

Trazer as nossas famílias e fazer estas aventuras juntos é especial. Este ano foi diferente. Ter tido a minha mulher e os meus dois filhos mais pequenos presentes deu outro encanto ao momento. Eles são os mais sacrificados pelas horas que passo a treinar e em particular pela falta de paciência quando ando cansado. Sem o apoio deles, em particular da minha mulher, nada disto seria possível.

Um agradecimento particular ao 3B e ao que significa ter uma equipa, um grupo, aos Triatletas de Marinhais que no seu processo de preparação para Roth me deram uns valentes empenos de bicicleta, á Ribapedal que me ajuda a manter as duas rodas sempre operacionais e claro, ao Bruno Fonseca por todo o companheirismo nesta aventura. Sem ti não era a mesma coisa.

Tocou-me o casal Galego que não conheço mas que me acarinhou incansavelmente durante toda a corrida cada vez que eu passava. Cada vez que os via, ganhava uma nova alma.
Um obrigado tb ao pessoal do Hotel pela hospitalidade. Fomos recebidos como se fossemos da família!

Agora é recuperar. Se voltarei a meter-me noutra aventura destas. Aqui ou em outro local? Não sei. Não faço prognósticos. Não quero pensar nisso agora J

Gosto disto “á brava” e este local tornou-se unicamente especial.
Bons treinos.

Tuesday, 7 May 2019

Triatlo de Oeiras




No passado Domingo estiveram reunidas as condições perfeitas para realizar um Triatlo. Um dia magnifico de Sol, pouco vento, um local excelente para a pratica da modalidade. 

Sempre que posso, marco presença. Cresci ali na zona, naquela praia guardo muitas recordações e sinto sempre esta prova de forma única. Este ano voltava a ser Campeonato Nacional de age groups, com uma partida separada para > 40 anos.

Este ano tudo correu bem do ponto de vista logístico. Fui cedo com a equipa, o check in foi atempado, houve tempo para fotos e brincadeiras antes de pensar na prova em si. É assim que gosto.

Se em todos os triatlos sprint nadar rápido é fundamental, em Oeiras ainda o é mais. Há-que nadar com a corda na garganta e procurar navegar bem. Desta vez procurei aquecer bem para sair com tudo! Acontece que este ano a mare estava vazia. Com uma partida na areia havia que correr ainda uns quantos metros até chegar á agua e já dentro desta continuar a fazê-lo porque a profundidade era baixa. Digamos que abafei logo neste primeiro sprint. Entrei na agua já com falta de oxigénio.

O 1º minuto foi para me recompor!!! E lá fui a tentar forçar o que conseguia e o corpo deixava. O segmento correu tranquilo, sem peripécias de relevo. Ao sair da água o nível de oxigénio continuava baixo e aquela corrida até á T1 pareceu-me interminável. Não era um bom sinal, as pernas iam pesadas.

Tentei fazer uma T1 rápida. Não interessa o tempo da natação, há-que olhar para o que falta. Dava para perceber que os tubarões Vs já pedalavam. Era o que era. Falta-me tirar 30 a 40'' ao segmento. Uma quase utupia. A utupia que nos move!

O ciclismo foi um misto de sensações. Como é normal em Oeiras, rapidamente se formam grupos. Sofri nos primeiros esticões. As pernas iam a arder sempre que precisava de mudar de andamento. Felizmente defendia-me com facilidade sempre que o terreno inclinava. Dei por mim a pensar que com as pernas naquele estado, a corrida ia ser um arrasto.

Mas fui melhorando. Ao ponto de por vezes passar pela frente do grupo. O ritmo foi sempre vivo até aos 14km. Altura em que apanhamos o grupo que ia á nossa frente. A partir desse momento, houve um claro abrandamento com todos já a pensar na corrida. É nestas alturas que acho que me devia armar em boss e por a malta a mexer. Afinal sou um coxo a correr. Quanto mais á frente acabar o ciclismo menor é a probabilidade de ser apanhado pelos corredores que vêm de traz. Mas não estive para isso. Fui apenas para a frente no ultimo km espicaçar o ritmo.

Começava a corrida. Procurei “marcar” logo de inicio o Luis Silva. Por norma corre mais que eu.
Conseguia acompanha-lo sem ir no limite. Era um bom inicio tendo em conta os pensamentos que tinha tido no ciclismo. Mas sempre que fazia o retorno junto á praia de Santo Amaro e o terreno inclinava, as pernas perdiam gás. Sofria para manter o ritmo. A perceção de esforço foi subindo e a partir da 2 volta já ia no limite. Acabei por perder o Luis na 2ª passagem por esse retorno. Mas bem vistas as coisas, o segmento até me correu bem para o meu nível de corrida.

Foi com grande satisfação que terminei. 1h05’ de tempo final, 30º classificado, 14º no escalão. Num dia onde o field competitivo nos V2 estava muito forte. No final de tudo, a sensação de dever cumprido. Esforcei-me e sofri em todos os segmentos. Triatlo é isto. São estas sensações que me movem! Top.

Três notas de realce para terminar:

- Mais um estreante 3B em Triatlos Sprint. Jonas Massano. É isto que nos move. Trazer as pessoas para a pratica da modalidade. Independentemente do nível competitivo. E para ti Madalena Fontinhas, como gosto de te ver competir nestas distancias. É a tua cara J e claro, parabéns pelo 2º lugar no escalão!!! Mais um caneco!!!

-  Gosto de destacar a presença de ex atletas de alta competição como Nuno Laurentino (natação) e o Bruno Pais (Triatlo) entre provavelmente outros que desconheço. Estavam habituados a ganhar, era o que os movia, agora é participar e chegar ao fim. O nosso desporto precisa de mais exemplos destes. Alta competição é uma coisa, praticar atividade física é outra.

- O 6º Lugar entre todos os veteranos (>40 anos) do Carlos Brito. Alguém que tem mais de 60 anos e continua num nível incrível. E sem treinar corrida, palavras do próprio J  Grande prova, grande admiração. Mereces uma vénia!!

Estou a 6 semanas do Triman. Oeiras serviu para motivar, para me fazer lembrar o gosto que tenho pela modalidade e pelo ambiente da mesma. Agora há-que meter kms e ter presente na partida do Triman que não vou estar com o treino ideal. Há que ter juízo, o dia vai ser longo e o objetivo não é caminhar na corrida.

Saudações desportivas.

Wednesday, 17 April 2019

Triatlo de Setubal. O regresso ás provas longas.




Foi no passado Domingo. Voltei a competir num Triatlo longo. De regresso a Setúbal, pela 3ª vez para a 3ª edição. 
Não fiz nenhum preparação especifica mas estava pronto para o desafio, embora pouco focado. Era chegar e fazer, sem expectativas. A única era terminar a sorrir de forma saudável.  Principalmente isso.
Talvez pela falta de focus, nem sequer aqueci. O conforto de estar quentinho e poupar energia foi mais forte que a vontade de sair rápido. Pela 1ª vez ia participar numa partida rolling start. E gostei bastante. Facilita bastante a confusão típica das partidas em massa.

Mas isto de nem sequer meter os pés na agua antes da partida tem as suas peripécias. Especialmente quando vais com os putos á piscina na 6ª feira e lhes emprestas os óculos de natação.
Mal comecei a nadar percebi que me entrava agua no oculo direito. Parei um par de vezes para regular a tensão, mas nunca resolveu. Acabei por fazer uma natação em modo pitosga, sempre a tirar agua do oculo. Isto, a juntar á falta de vontade de forçar o andamento, resultou num parcial de natação fraquito. Mais 3’ que alguns atletas que têm saído atrás de mim em provas curtas. Demasiado tempo.
Como já não uso relógios (levei relógio apenas para ver as horas, jamais durante a prova soube que tempo ia a fazer em cada parcial), não fazia a mínima do tempo que tinha feito. Era seguir para o ciclismo.

Faltou-me atitude no inicio. Alguma chuva, o piso muito molhado, aconselhavam a muita moderação.
Aos poucos fui entrando no ritmo mas sempre controlado sempre a gerir sensações. Havia que sorrir na corrida. Pelas posições relativas, não estava certamente num dia muito bom. As sensações não eram boas nem más. Para piorar o cenário, tive um furo aos 50km. A 1ª vez em 20 provas longas. Um dia tinha que ser. Tentei resolver a coisa tranquilamente evitando perder muito tempo e lá segui. Não ia desistir. Havia que completar os 40km que faltavam incluindo a 2ª passagem pela serra da Arrábida.

Chegava a corrida. Após o check up inicial, dava para perceber que as pernas estavam razoáveis. Lá pus o meu ritmo tartaruga certinho. Sempre confortável. A coisa estava composta. Havia que gerir com cabeça até aos 17km. Altura em que o meu colega de treino e equipa Bruno Fonseca me passou. E afastou-se mas não muito rapidamente. Então decidi aumentar o ritmo e procurar manter a distancia. Chegado o ultimo km (do 20 ao 21) percebi que me podia aproximar. E assim aconteceu magia, fomos os dois juntos numa corrida desenfreada como se do 1º km se tratasse chagando á meta juntos!! Épico. Inesquecível!

Estava feito. 5h18’. O meu pior tempo ali, muito longe das 5h que um dia sonhei em fazer. Mas nem por isso negativo. Estava satisfeito, feliz. Os resultados são apenas uma parte. Foi uma prova diferente, transportei emoções diferentes e viajei mentalmente por excelentes momentos! Senti-me sempre preenchido!
Orgulhoso com a participação da equipa tanto em quantidade como em qualidade. Foi notável, a 1ª vez que tivemos equipa feminina numa prova! Um marco para a existencia do 3B. 
Um nota de parabens á organização. Sempre a melhorar de ano para ano. Keep going!

Agora é curar as mazelas e voltar ás rotinas. Que daqui a 2 meses há um IM para fazer J
Bons treinos!

Friday, 22 February 2019

Observações



Todas as semanas tenho que preencher relatórios de atividades, Salesforce, Exeis, etc. na minha vida profissional. Faz parte no mundo empresarial ser compliant com estas burocracias. Até certo ponto, entendo que são necessárias. Muitas delas, são as métricas para a tua avaliação.  Admito, sou muito pouco crente nestas burocracias. Recordo o meu pai sempre dizer que as avaliações só deviam ter uma pergunta:
“Se criasses a tua empresa, levavas a pessoa contigo? Sim ou não? J

Dou por mim a pensar no paralelo que há entre o coaching empresarial e o coaching desportivo.
Para avaliar, acima de tudo é preciso observar, sentir, comunicar. Isso implica estar presente com regularidade preferencialmente fisicamente.

No mundo do treino desportivo dos Age groups, há uma crescente utilização de ferramentas de monitorização e registo de treino. Monitores de ritmo cardíaco, relógios que fornecem 500 parâmetros, potenciómetros, Stravas e afins. Mas tal como no mundo empresarial, nada pode substituir a observação, o sentir, o comunicar.  Real Coaching é observar, comunicar e tomar decisões dia após dia. Conhecer o bem o individuo, estar presente.
O paradigma é que quanto mais distante estás, mais relatórios precisas porque menos informação tens.

Obviamente que para a maioria dos Age Groups, Real Coaching não é uma opção. Não é operacional, nem do ponto de vista de vida pessoal, nem do ponto de vista económico. Mas há que ter consciência, que quando mais a serio se quer estar no processo de treino, mas próximo do “Real Coaching” se deve estar.  

Hoje assisto a muitos atletas demasiado preocupados com as variáveis e menos focados se realmente estão a melhorar ou não. Gosto sempre do keep it simple. Há que encontrar o balanço certo.

Ainda hoje li uma mensagem de alguém próximo que dizia: “o meu ftp está 25w abaixo do ano passado”. Pergunto: “E? Significa que estás pior? Ou no dia do teste a coisa não correu bem?” 
A minha resposta é: “vem pedalar comigo, depois digo-te se estás pior ou melhor”
Ou “Hoje tenho um teste de 1500m de natação”. Se o treinador de natação estiver presente, não precisa de testes. Só de observar o treino dia após dia, sabe se o atleta está melhor ou não. Onde realmente está.

Não há nenhum mal nos gadgets, nas tools, nos testes, etc. Mas nada substitui a observação, a proximidade. Esse é o verdadeiro coaching. È onde está a parte interessante!!