Tuesday, 17 May 2011

Montemor-o-Velho - Um arrasto de ultima hora!

Contra todos os meus prognósticos, Domingo participei no Triatlo Olímpico de Montemor-o-Velho.

Não contava ir. Apesar disso, tinha-me inscrito por forma a manter em aberto a possibilidade de participar.

A decisão de ida foi tomada ás 21h de Sábado!

Só tive tempo de arrumar o material no carro e ir dormir. A prova era ás 11h30m. Não era preciso madrugar. Apontei para estar em Montemor ás 10h.

E assim foi. Ao chegar, estranhamente os sentimentos eram mistos. Estava contente por estar ali e ir competir. Mas por outro lado, ia estar o dia todo sem as pequenas. Questionei se valia a pena. Procurei despir o sentimento de pai galinha e focar-me no momento. Devia ser a ansiedade pré competitiva a baralhar-me as ideias:). O vulgo nervoso miudinho!

Não tinha expectativas para a prova. A semana de treino tinha sido boa. O corpo está a absorver bem o Triatlo Longo e já consegui treinar com alguma qualidade. Como não contava ir à prova, não abrandei o treino.

Inicialmente, pensei em tirar tempo aos 1500m de natação. Fazer este segmento “à morte”. O local onde se nada é propicio para isso. Depois geria a prova a meu belo prazer. Tentando fazer um segmento de ciclismo conservador por forma a conservar energias para a corrida.

Mas para minha surpresa a prova era sem fato e estava um vento que criava uma “marola” considerável na água. Durante o aquecimento perdi a coragem de me atirar ao segmento que nem um leão!

Parti mal e a ritmo moderado. Apanhei muita confusão até à 1ª bóia. Pela 1ª vez levei um muro no olho direito que me fez saltar os óculos. Nada que me tenha atrapalhado. Voltei a por os óculos e retomei o meu ritmo.

Ao rondar a ultima bóia reparei que ia um grupo numeroso uns 20m à minha frente. Acelerei para o apanhar. Consegui. Dei por mim a pensar que devia ter nadado aquele ritmo todo o segmento:)

Uma T1 normal e logo para começar o segmento de ciclismo, um desastre a calçar os sapatos. De maçarico mesmo! Todo o esforço para apanhar o grupo foi-se ali! Mas ok, sabia que viriam outros grupos fortes detrás. Fui gerindo o segmento sem forçar muito. Na 4ª volta, quando finalmente ia num grupo “para o meu andamento”, mais uma nabice.

No inicio da subida, ao querer aumentar a desmultiplicação, sai-me a corrente. Com a pressa, coloquei-a mal e voltou a sair. Acabei por perder ali algum tempo e grupo foi-se.

Sem stress. Continuei sem forçar muito até à T2. Estava satisfeito com o segmento. O ritmo tinha sido o correcto. Não forcei demasiado.

Mas o pior estava para vir. Uma rápida T2 e começava o sofrimento. Desde os primeiros metros que o corpo me mandava abrandar. Mas abrandar era equivalente a andar. Ia literalmente a arrastar-me. E sem grande história lá percorri 10km num arrasto doloroso para acabar com um tempo miserável. 48m:( Tinha obrigação de fazer 45m.

Este ano já me começo a habituar a estes segmentos de corrida penosos. Tenho treinado menos corrida que em anos anteriores, mas não creio que a justificação de tão fraco desempenho seja essa (ou só essa). Tenho umas pistas.

No final a satisfação enorme de ter terminado. Mas desta vez os sentimentos eram mistos. De um lado, não poderia esperar grandes coisas. Estou mais pesado, fiz um Triatlo Longo á 15 dias, não abrandei o treino e para o meu volume actual de treino, só o facto de estar na meta é sinal de satisfação. Do outro a frustração com o segmento de corrida. Sempre foi o meu segmento mais fraco. O meu talento para correr é reduzido (para nadar e pedalar tb não é muito maior:))

Mas o segmento não pode ser tão fraco. Gostava de poder fazer um segmento “normal”. Realmente a correr. Não a travar constantemente e a pensar em encostar. Há que pensar e perceber as razões e melhorar. Pelo menos tenho algo com que em entreter. Esta é uma das vantagem do Triatlo. Há sempre algo a querer melhorar.

Agora venha novamente um Longo. Aveiro. E sim, com a certeza que irei andar na corrida! Não são 15 dias de treino que vão alterar o que seja! Mas não vai ser isso que me vai demover!

O objectivo é baixar as 5h!

Bons treinos!

Wednesday, 4 May 2011

Triatlo Longo de Lisboa 2011

Excelente momento. Participar neste evento justifica todos os sacrifícios que fazemos na sua preparação. O ambiente, um parque de transição com quase 600 bicicletas, o local, o desenrolar da prova, muito bom!

Começo por dizer que a prova não me correu de feição. O resultado foi aquém do que queria fazer.

“Congratulations Paulo on completing the Lisboa International Triathlon in a finish time of: 5:05:06”

Um resultado em linha com o esperado seria algo entre 4h55m e 5h.

Mas há que encontrar algo positivo na adversidade. Assim fico com motivação redobrada para treinar mais e cumprir da próxima vez.

O dia começou cinzento a ameaçar chuva. As primeiras horas da manhã foram tranquilas. Todo o material já estava pronto desde o dia anterior. “Checkin” feito, alguma socialização e estava na hora de me dirigir para o local da partida. Entretanto caiam as primeira gotas de chuva. A deixar adivinhar que viria mais.

10m de aquecimento na água e tudo pronto para partir. A minha estratégia para a natação passava por evitar grandes confusões na partida e fazer o segmento num ritmo moderado. E assim foi. Exactamente como queria. No final um tempo na casa dos 32m. Dentro do esperado.

Feita a T1, começava o segmento de ciclismo. Comecei prudente. A prova só começa verdadeiramente depois do km 60. Levava a lição bem estudada. Ia a controlar o intensidade pelo Ergomo (potenciómetro), pela percepção e esforço e pelo ritmo cardíaco. Não queria pedalar tão forte como no ano passado. Estava receoso da corrida. A ideia passava por controlar (mais) o segmento de ciclismo.

Apesar da chuva e do vento, o segmento foi perfeito em termos do esperado. Menos 10W de média que no ano anterior. Mas nunca quebrei. Mantive um ritmo uniforme as 4 voltas. 2h44m no final para os 89,6 km medidos no Ergomo. Procurei igualmente manter-me hidratado e alimentar-me bem.

É verdade que nunca me senti confortável a pedalar como em anos anteriores. Estranhamento o meu ritmo cardíaco estava muito baixo para a percepção de esforço. 8 a 10 batimentos abaixo do normal. As condições climatéricas podem justificar parte desta diferença, mas não toda. É um fenómeno que me tem ocorrido no ultimo mês. Mas em geral sinto-me bem!

Vinham ai os 20km de corrida. Nesta fase dou por mim sempre a pensar que a minha prova acabou de começar! Agora é que vão ser elas! Comecei a correr muito preso. E com ameaças de cambreas no bíceps da perna. Não era um bom sinal. Mas existe sempre um período de adaptação. Reduzi o tamanho da passada e aguardei. O ritmo cardiaco continuava em valores anormalmente baixos. No retorno da 2ª volta, aproximadamente aos 7km, comecei a sentir-me melhor. Naturalmente o meu ritmo aumentou. Mas infelizmente foi “Sol de pouca dura”.

Ao entrar na 3ª volta comecei a sentir enormes dificuldades. As pernas pesavam toneladas. O ritmo decaiu. Muscularmente estava acabado. Resisti mais 2km até que no retorno da 3ª volta comecei a andar. Ao contrario de anos anteriores, não andei só no abastecimento. Continuei mais tempo. Recomecei a correr mas não o consegui fazer por mais que de 1km seguido. Só sai deste anda, corre, anda, corre aos 18km. Nesta fase, mentalmente, o mais difícil já passou. De tal forma que fiz os últimos dois km abaixo dos 4m30s/km.
Procurei focar em terminar abaixo das 5h05m. Tinha que ter um objectivo para me manter “vivo”. Por 6s não consegui!

No final um parcial para o segmento de corrida de 1h42m. Bastante fraco. O ano passado corri em 1h34m depois de um segmento de ciclismo mais intenso.

Mas claro, só facto de ter terminado encheu-me de alegria. Estava feliz na meta!

Em relação ao resultado, não há desculpas. É que estou a valer. Há que treinar mais e melhor para melhorar.

A recuperação tem sido surpreendente. Normalmente o 2º e o 3ª dia após a prova são muito difíceis. Mas deste vez não. Apesar das normais inflamações musculares e de outras mazelas, tenho-me sentido muito bem. Esta semana é de recuperação.

Agora é pensar no Triatlo Longo de Aveiro já no final do mês. Pelo meio há o Campeonato Nacional em Montemor. Por motivos de gestão familiar, não deverei ir a Montemor. Mas ainda não está decido. Estive lá o ano passado e gostei da prova.

Bons treinos