Wednesday, 20 June 2018

O dia em que o Gancho apanhou o Peter Pan

                                                                                                                                                                                                                              
                                                                                                                       
No passado Domingo foi dia de competir num Triatlo de Distancia Longa. Desta vez, na distancia total. O equivalente á conhecida distancia Iron Man.
O palco foi a pacata e simpática vila de as Puentes de Garcia Rodrigues, a norte da Galiza. O evento, o Northwest Triman.
Era o regresso ao local de batismo de 2016. Foi ali que me estrei e ficou um ótima recordação. Sabia que iria voltar, não sabia é que iria ser tão cedo.

A preparação:
Mantive-me fiel á minha filosofia. Tenho as minhas rotinas de treino definidas. A minha semana típica. Conforme os eventos em que participo vou adaptando algumas das sessões. O Triman não foi exceção.
A dois meses do evento comecei a pensar nele “mais a serio”.  Uma sessões mais longas de bicicleta e de corrida. A época tem sido boa. Sem doenças, com consistência, com performance boas.
Mesmo sabendo que não tenho o treino suficiente para “atacar” esta distancia, sentia-me confiante. O tempo estava agradável, já conhecia parte dos percursos, sou um apreciador da zona e a organização é super.
Faltou ter a presença dos meus filhos e do duo maravilha do 3B, o Hugo e a Madalena.

A Prova
Se em 2016 nadei super ralaxado, este ano queria atacar a natação. E assim foi. Fui sempre a bom ritmo, a sentir-me bem, embora preocupado em poupar as pernas. Infelizmente perdi o chip logo na partida e quando ia a iniciar a 2ª volta, fui chamado por um Juiz para o voltar a colocar e forçado a passar de novo no tapete de saída da água. Sendo uma prova longa, fi-lo tranquilamente. Não estava preocupado com o tempo, chateou-me ver outros atletas a passar por mim! :)
Mas no global, fiquei contente com a prestação. E como nota, nem relógio levei.

Começava o ciclismo. Sabia que tinha que ter cabeça. O percurso é exigente e tudo se decide aqui. A perceção de esforço tinha que ser sempre fácil. Senti-me bem sempre e fui sempre a andar bem. Fiz todo o segmento por sensações, sem sequer olhar a velocidades e distancias. Nem o gps levava ligado no relógio. Ia vendo as horas e tinha ideia como estava a ir.
Obviamente comecei a sentir fadiga na ultima volta, mas não quebrei. Tudo correu bem neste segmento. A bicicleta esteve perfeita. Mas, como mais tarde percebi, tinha abusado!
Chagada a T2, sabia que terminar já era uma realidade. A questão era saber se a correr se a andar? 

Chegava a corrida e rapidamente ia saber a resposta!
As pernas começaram muito presas. Outra coisa não seria de esperar. Aquela 1ª subida parece interminável!! Nada de novo. Igual a 2016. Era esperar que as sensações melhorassem. Mas teimavam em não melhorar. Meti um gel, dois, mas nada. Aos 10km ia em grande dificuldade. O ritmo que já ia lento, começou a ficar ainda mais lento. Já só queria beber coca cola nos abastecimentos. Começava o desespero:) Neste momentos, tudo atrapalha. Eram os pés quentes, uma ligeira dor nas costas. Apesar de estarem apenas 22 graus, estava muito húmido, a sensação era de bem mais. Mas o calor não me estava a afetar diretamente. Não me incomodava.  Resisti até aos 25km. Lembro-me de ter passado no retorno para 3ª volta, por volta dos 20k, onde estava a minha mulher e quase a ter destratado quando ela numa super atitude de apoio se pôs a correr junto de mim e a refrescar-me. Tudo me atrapalhava naquele momento. O bom senso já estava a desaparecer. Só queria estar só nos meus pensamentos. Os voluntários e o publico ao longo do percurso foram sempre super. “Animo, campeon, enhuerabuena, etc. De nada valia. Tinha dado o tilt :)
Andei 500m e tentei de novo correr. Nada, o corpo não queria. Umas vezes conseguia “correr” 300m, outras 500m, não passava disso. Voltava a andar. Comecei a agarrar-me ao melão nos abastecimentos. E que bem que me sabia! Milagrosamente recompus-me aos 35km e a partir dai consegui trotar até ao final.

Estava feito. Não como queria e muito longe do resultado pretendido, mas feito. Estranhamento, com melhor classificação que em 2016, apensar dos mais 30’ que demorei. Mas como sempre digo, as classificações não me dizem nada, as performances e as sensações sim. E nesse sentido, esta não foi uma prova bem conseguida. Nas distancias não há herois. Há quer juizo e faltou-me algum!!!

Mas estas coisas não são só a prova. É todo o processo, o momento, a envolvente. E saio com um sentimento ainda melhor que em 2016. Foi um momento fantástico.
Uma organização que me toca pela simplicidade, atenção e carinho. Toda a vila vive o evento e o acarinha. E eles não descuram os detalhes!

Poder acompanhar o Bruno Fonseca na sua estreia, termos formado equipa 3B com a presença do Carlos Pacheco, os momentos de cumplicidade tuga durante a corrida, não só com o Bruno e o Carlos mas tb com o Nuno Martins, o Luis Cipriano e outros. Memórias!

E claro, todo o apoio da minha mulher, carinhosamente batizada de “Manda Chuva”. Ela própria uma Iron woman. Aguentou firme desde as 4h30’ da manhã até ao final. Sempre a apoiar e a tirar fotografias, apesar do meu menos bom humor na corrida. Já para não mencionar que sem ela seria impossível poder treinar para uma prova destas.
Um obrigado á minha velhinha Isaac e ao Gonçalo Cardoso da Ribapedal. A menina portou-se ás mil maravilhas!

Agora, não faço prognósticos. Só depois do jogo :) 1º é tratar de recuperar!!!

Bons treinos!!!  

1 comment:

  1. Parabéns!
    Só por terminares um Iron (neste caso dois) já estás de parabéns.
    Depois os tempos, as sensações, etc. servem para aprimorarmos as experiências seguintes.
    Essa malta do Northwest Triman é, de facto, espectacular e consegue organizar uma prova interessante a preços "acessíveis".
    Um abraço e boa recuperação.

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