No passado
Domingo foi dia de competir num Triatlo de Distancia Longa. Desta vez, na
distancia total. O equivalente á conhecida distancia Iron Man.
O palco foi a
pacata e simpática vila de as Puentes de Garcia Rodrigues, a norte da Galiza. O
evento, o Northwest Triman.
Era o regresso ao
local de batismo de 2016. Foi ali que me estrei e ficou um ótima recordação.
Sabia que iria voltar, não sabia é que iria ser tão cedo.
A preparação:
Mantive-me fiel á
minha filosofia. Tenho as minhas rotinas de treino definidas. A minha semana típica.
Conforme os eventos em que participo vou adaptando algumas das sessões. O
Triman não foi exceção.
A dois meses do
evento comecei a pensar nele “mais a serio”. Uma sessões mais longas de bicicleta e de
corrida. A época tem sido boa. Sem doenças, com consistência, com performance
boas.
Mesmo sabendo que
não tenho o treino suficiente para “atacar” esta distancia, sentia-me
confiante. O tempo estava agradável, já conhecia parte dos percursos, sou um
apreciador da zona e a organização é super.
Faltou ter a
presença dos meus filhos e do duo maravilha do 3B, o Hugo e a Madalena.
A Prova
Se em 2016 nadei
super ralaxado, este ano queria atacar a natação. E assim foi. Fui sempre a bom
ritmo, a sentir-me bem, embora preocupado em poupar as pernas. Infelizmente perdi
o chip logo na partida e quando ia a iniciar a 2ª volta, fui chamado por
um Juiz para o voltar a colocar e forçado a passar de novo no tapete de saída da
água. Sendo uma prova longa, fi-lo tranquilamente. Não estava preocupado com o
tempo, chateou-me ver outros atletas a passar por mim! :)
Mas no global,
fiquei contente com a prestação. E como nota, nem relógio levei.
Começava o
ciclismo. Sabia que tinha que ter cabeça. O percurso é exigente e tudo se
decide aqui. A perceção de esforço tinha que ser sempre fácil. Senti-me bem
sempre e fui sempre a andar bem. Fiz todo o
segmento por sensações, sem sequer olhar a velocidades e distancias. Nem o gps levava ligado no relógio. Ia vendo as horas e tinha ideia como estava a
ir.
Obviamente
comecei a sentir fadiga na ultima volta, mas não quebrei. Tudo correu bem neste
segmento. A bicicleta esteve perfeita. Mas, como mais tarde percebi, tinha abusado!
Chagada a T2, sabia
que terminar já era uma realidade. A questão era saber se a correr se a andar?
Chegava a
corrida e rapidamente ia saber a resposta!
As pernas
começaram muito presas. Outra coisa não seria de esperar. Aquela 1ª subida
parece interminável!! Nada de novo. Igual a 2016. Era esperar que as sensações
melhorassem. Mas teimavam em não melhorar. Meti um gel, dois, mas nada. Aos
10km ia em grande dificuldade. O ritmo que já ia lento, começou a ficar ainda
mais lento. Já só queria beber coca cola nos abastecimentos. Começava o
desespero:) Neste
momentos, tudo atrapalha. Eram os pés quentes, uma ligeira dor nas costas. Apesar
de estarem apenas 22 graus, estava muito húmido, a sensação era de bem mais.
Mas o calor não me estava a afetar diretamente. Não me incomodava. Resisti até aos 25km. Lembro-me de ter passado
no retorno para 3ª volta, por volta dos 20k, onde estava a minha mulher e quase
a ter destratado quando ela numa super atitude de apoio se pôs a correr junto
de mim e a refrescar-me. Tudo me atrapalhava naquele momento. O bom senso já
estava a desaparecer. Só queria estar só nos meus pensamentos. Os voluntários e
o publico ao longo do percurso foram sempre super. “Animo, campeon, enhuerabuena,
etc. De nada valia. Tinha dado o tilt :)
Andei 500m e
tentei de novo correr. Nada, o corpo não queria. Umas vezes conseguia “correr”
300m, outras 500m, não passava disso. Voltava a andar. Comecei a agarrar-me ao
melão nos abastecimentos. E que bem que me sabia! Milagrosamente recompus-me
aos 35km e a partir dai consegui trotar até ao final.
Estava feito. Não
como queria e muito longe do resultado pretendido, mas feito. Estranhamento,
com melhor classificação que em 2016, apensar dos mais 30’ que demorei. Mas
como sempre digo, as classificações não me dizem nada, as performances e as
sensações sim. E nesse sentido, esta não foi uma prova bem conseguida. Nas distancias não há herois. Há quer juizo e faltou-me algum!!!
Mas estas coisas
não são só a prova. É todo o processo, o momento, a envolvente. E saio com um
sentimento ainda melhor que em 2016. Foi um momento fantástico.
Uma organização que
me toca pela simplicidade, atenção e carinho. Toda a vila vive o evento e o
acarinha. E eles não descuram os detalhes!
Poder acompanhar
o Bruno Fonseca na sua estreia, termos formado equipa 3B com a presença do
Carlos Pacheco, os momentos de cumplicidade tuga durante a corrida, não só com
o Bruno e o Carlos mas tb com o Nuno Martins, o Luis Cipriano e outros.
Memórias!
E claro, todo o
apoio da minha mulher, carinhosamente batizada de “Manda Chuva”. Ela própria uma
Iron woman. Aguentou firme desde as 4h30’ da manhã até ao final. Sempre a
apoiar e a tirar fotografias, apesar do meu menos bom humor na corrida. Já para
não mencionar que sem ela seria impossível poder treinar para uma prova destas.
Um obrigado á
minha velhinha Isaac e ao Gonçalo Cardoso da Ribapedal. A menina portou-se ás
mil maravilhas!
Agora, não faço prognósticos.
Só depois do jogo :) 1º é tratar de
recuperar!!!
Bons
treinos!!!
Parabéns!
ReplyDeleteSó por terminares um Iron (neste caso dois) já estás de parabéns.
Depois os tempos, as sensações, etc. servem para aprimorarmos as experiências seguintes.
Essa malta do Northwest Triman é, de facto, espectacular e consegue organizar uma prova interessante a preços "acessíveis".
Um abraço e boa recuperação.