Em todas as modalidades do Triatlo a técnica de execução dos movimentos é importante. No entanto, na natação, onde o meio é diferente, ainda se torna mais relevante. Um atleta com um razoável motor aeróbio recem chegado à modalidade, rapidamente se torna forte nos segmentos de Ciclismo e Atletismo. Mas na natação nem sempre é assim. Muitos andam a anos e anos à procura de atingir um nível razoável na natação. E a sua sina é fazer as provas de trás para a frente. Muitas vezes, a fazer de carruagem do ciclismo!
Não é o meu caso. Eu sou relativamente equilibrado nas três modalidades. Mas não porque nade alguma coisa de especial, mas sim porque não tenho esse razoável motor aeróbio Sou sempre daqueles que tenta ir nas carruagens!
Aprendi a nadar aos 6 anos. Com o meu pai no Verão na Ria de Aveiro. Ainda me recordo de alguns desses momentos. Como ser largado do barco a remos a 20m da margem e ter que me desenrascar:)
Pratiquei natação entre os 13 e os 15 anos. 3 Sessões por semana. Foi nessa altura que aprendi algumas noções de técnica. Até ai era tudo natural. Tudo inventado.
Mais tarde, quando já praticava Triatlo, tomei conhecimento com a filosofia da “Total Immersion”. Comprei os livros e o DVD e decidi investir em alterar a minha técnica do estilo livre. Passei um Inverno a fazer “drills”. Digamos que até com algum sucesso. Mas apenas nos drills. Porque no que se refere a montar as peças e nadar TI, não. Isso nunca o consegui.
Há um ano a esta parte tenho nadado inserido num grupo orientado pelo João Gloria da Nadarbem. Um dos meus (muitos) problemas técnicos tem a ver com a rotação do meu corpo para o lado direito. Devido a maus hábitos adquiridos, paro o movimento corporal antes de rodar para a direita. Perdendo tempo e potencia na rotação. Nado a dois tempos. Permaneço mais do lado esquerdo que do direito.
Fui tentando alguns remédios para o problema. Mas já a época ia avançada e a minha disponibilidade temporal para investir na correcção não era a ideal. E continua a não ser.
Há cerca de um mês, o João voltou à carga sobre este assunto. Pediu-me para nadar com os braços esticados. Fazer a recuperação do braço com ele esticado. Tipo Vanessa Fernandes:) Ficou esquisito. Sem dúvida. Muscularmente é diferente. Requer tempo de habituação. Mas incrivelmente, passados 15 dias bati o meu recorde aos 50m e 1000m livres. A nadar de braços esticados. Curioso no mínimo! Não me sinto ainda particularmente eficiente a nadar assim. Entendo que esta pequena melhoria se deve ao facto de rodar mais rápido. A minha velocidade de braçada é mais rápida para o mesmo deslocamento. Marginalmente, mas mais rápida.
É caso mesmo para dizer que quem sabe, sabe. O João tinha perfeita consciência que embora o nado de braços esticados teoricamente seja menos potente para a rotação, iria compensar na velocidade de execução.
Uma pequena dica, mas de grande valor acrescentado!
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