Monday, 31 January 2011

Masters de Natação - Uma boa experiência



Como comentei no meu post anterior, este fim-de-semana participei pela primeira vez num Masters de natação. Duas provas. 400m livres no Sábado de manhã e 100m livres no Sábado a tarde. Foi uma excelente experiencia.

Participei pelo Sport Algés e Dafundo. Foi o ponto mais alto da minha carreira de desportista:). Nadar na equipa de ex nadadores Olímpicos. Casos do Bessone Bastos e do Miguel Cabrita. O convite partiu do meu irmão Tiago que foi atleta do clube durante alguns anos.

Mas não, não tinha nenhuma responsabilidade em alcançar bons resultados. Primeiro porque esse não é o espírito e segundo, porque o meu nível de natação é limitado. Eu e bons resultados nesta modalidade não é de todo possivel:)

Tinha estabelecido objectivos. Aproximar-me dos 6m aos 400m e do 1m15s aos 100m. O meu treino de natação tem andado pouco consistente. Alterno boas semanas com semanas fracas. Apesar de não ter treinado especificamente para estas provas nem nunca ter feito as marcas em treino, confiava no “hype” da competição para me superar. Mas não, não aconteceu. Fiz 6m15s aos 400m e 1m18s aos 100m.

Concluo que existe sim superação, mas não funciona da mesma forma. O facto de serem provas curtas altera as regras. No meu caso, no atletismo, se suportar uma determinada intensidade durante 20m em treino significa que o faço em prova durante 40m. Ora se aplicar a mesma lógica na natação, era realista chegar perto dos 6m aos 400m. Em treino faço menos de 3m aos 200m. E até passei com 3m01s aos 200m. Mas depois, quebrei.

Outra diferença grande vem do aquecimento. O aquecimento para provas curtas deve ser bastante intenso. É preciso entrar com tudo desde o primeiro segundo. Neste tipo de evento, com tanta gente na piscina, é difícil aquecer bem. Alem disso, o intervalo entre o aquecimento e as provas pode ser muito grande. No caso dos 100m foi de 2h.

Outro dado que pode fazer diferença é o taper. O típico taper de natação é bastante longo. Mais uma vez, a lógica de ter que entrar com tudo desde o inicio, impera. Não e recomendável ir fazer series a pista no dia anterior, como fiz:(

Agora é aprender a virar de cambalhota e treinar melhor para uma próxima oportunidade atingir os tempos a que me propus!

É uma experiencia a repetir!

Bons treinos

Tuesday, 25 January 2011

Faz o que eu digo. Não faças o que eu faço!


Uma das ideias que reforço constantemente a quem treina com regularidade é respeitar sempre a progressividade das cargas. Evitar aumentar bruscamente o volume de treino de uma semana e/ou sessão para outra.

Ser consistente e paciente é uma das chaves do sucesso. Fazer aumentos bruscos das cargas pode criar lesões, doenças e sintomas de “overtraining”. Limita a progressão da condição física no longo prazo. O treino deve moer, não esgotar!

Foi aquilo que não fiz este Domingo. Aproveitando um treino de equipa do clube, acabei por fazer quase 100km de bicicleta a um ritmo razoável. O máximo que tenho feito nos últimos meses são 60km a ritmos baixos. O “empeno” foi muito grande. Os últimos 10km foram penosos. Já não tinha “nada no corpo”, nem posição na bicicleta e tive que pedalar contra vento…gelado! Cheguei esgotado. Completamente! E com uma ligeira infecção respiratória (já cá andava. Apanhei do pequeno).

Como consequência vou ter que andar a recuperar esta semana toda. Quando não era suposto. Só 5ª feira devo estar apto a suportar algo mais intenso!

Já tenho idade para ter juízo!

Recentemente estava a ler um artigo sobre a importância da recuperação.
É óbvio para qualquer comum mortal que fazer uma prova de Iron Man (3,8km a nadar + 180Km de bicicleta + 42km) é um desafio no mínimo arrojado! É algo que depois de terminado deixa o corpo num estado lastimoso. O massacre é muito grande.

Se vos disser que começa a ser comum entre Triatletas profissionais fazerem este tipo de provas com menos de 1 mês de intervalo, é no mínimo surpreendente. Há quem as faça em semanas consecutivas! Se até aqui me pareciam situações pontuais, começa a ser regra geral. Mesmo em Portugal.

É verdade que o treino faz “milagres”. E que estamos a falar de super atletas que treinam muitas horas. Embora a recuperação seja algo muito pessoal de cada um, são opções questionáveis. O senso comum recomenda 3 semanas de treino sem intensidade após uma prova destas. E só voltar a competir passados 3 meses. Duas provas “a sério” por ano.

Acredito que por trás desta nova tendência, existam questões económicas e o próprio prazer de competir. Há atletas que adoram competir. Só o fazerem duas vezes por ano é muito frustrante.

No entanto há que ter sempre presente que o preço de não recuperar devidamente pode ser o encurtamento prematuro da carreira.
 A ver se esta sessão de Domingo não vai terminar prematuramente com a minha carreira desportiva:). Sonho ser campeão no escalão 80-84anos!

Thursday, 20 January 2011

Algum Desapontamento

A semelhança da semana anterior, desportivamente falando, esta (a 2ª do ano) também foi boa. Das sessões planeadas, apenas falhei uma. Mas o corpo não está a responder bem. Desde 5a feira que ando com uma ligeira sinusite (algo que desde o ano passado surge a espaços) e o treino de Domingo foi um mau indicador. A sessão em si não tinha dificuldade de maior. Mas fiquei extremamente cansado. Um indicador que o corpo está a pedir descanso. Não era suposto ser já assim.

A verdade é que as noites continuam muito mas. Não há forma de melhorarem. Decepcionante. Não creio que vá melhorar tão cedo. A solução é reduzir a intensidade do treino e fazer semanas fáceis mais vezes.

Entretanto, já tenho o meu processo de licenciamento concluído. E desta vez, também na Federação de Natação. Tenciono participar no Masters de natação de Inverno. Dia 29 e 30 deste mês. Estou inscrito nos 400m e nos 100m. No Sábado. A ideia é experimentar algo diferente. O objectivo e aproximar-me dos 6m aos 400m e baixar 1m15s ao 100m.
Por este motivo, e por questões de logística familiar, vou abdicar do Duatlo do Jamor.

Entretanto, e no seguimento do post anterior, ao ler o artigo sobre o Bevan Docherty, houve uma afirmação que me chamou particularmente a atenção. O lema dele é “The pain of regret is far bigger then the pain of pushing yourself“. Interessante!

Por experiência própria sei que o sofrimento nestes desportos de resistência pode ir a limites impensáveis. Os grandes atletas de resistência têm uma capacidade de sofrimento impressionante. Saber sofrer é algo que se treina. É uma “guerra” psicológica. Todas as ajudas são bem-vindas. Uma muito comum é o chamado “Positive Talk”. O tentar manter a mente em pensamentos positivos nesses momentos. Evitar entrar em modo negativo. Já estou a imaginar o Docherty nos últimos km de um Triatlo Olímpico, a entrar numa zona de sofrimento muito própria e a repetir para ele mesmo o seu lema n vezes!

Bons treinos

Monday, 10 January 2011

Back to workout!

Novo ano, vida nova! Pelo menos no que diz respeito à primeira semana do ano. Uma semana de loucos.

Desportivamente falando, correu bem. Praticamente cumpri o planeamento. E, mais importante que isso, com vontade. Com motivação. As intensidades de treino são baixas. A maior dificuldade em cumprir o plano é mesmo fazer as sessões. Essas em si, são relativamente fáceis de executar.

Profissionalmente foi uma semana tremenda. Por diversos motivos, o trabalho foi sempre a 100 á hora! Sem parar. Se a isso somar algumas noites caóticas, quase sem dormir, posso quase afirmar que 2011 começou com umas das mais intensas semanas que me recordo. No final do dia de 6ª feira, estava num estado caótico. Física e psicologicamente. Mas vivo como nunca. A viver como nunca. Gosto destas semanas.

E ainda tive direito a brinde no fim-de-semana. O meu bebé começou a dar os primeiros passitos! Ainda não é bem andar, mas não vai demorar muito!

Entretanto, recebi a revista Inside Triatlhon com o resumo de Kona 2010. Tem alguns artigos interessantes. Um que gostei particularmente foi sobre o Neo Zelandês Bevan Docherty.
È um atleta que admiro. Muito low profile, mas com uma capacidade de ter desempenhos ao mais alto nível sempre que é realmente preciso. Que falem as suas duas medalhas olímpicas. E o titulo de campeão do Mundo ITU conquistado na Madeira.

No meu entendimento, ele está em termos regulares, um “furo” abaixo do Xavier Gomez e do Alister Brownlee. Considero que estás naquele grupo imediatamente a seguir a estes. Muito perto do Jan Frodeno.
O objectivo dele é ser campeão Olímpico em 2012.
É um exemplo de alguém que vê sempre algo positivo mesmo na adversidade. Quando questionado sobre o 3º lugar na China, responde que o positivo desse resultado é encontrar nele a motivação suficiente para ser campeão Olímpico em 2012!

Os entendidos em Triatlo poderão pensar que ele dificilmente será campeão. Que se tudo se mantiver como em 2010, o Gomez e o Brownlee serão os mais sérios candidatos. Sim, concordo. Mas, como é dito ao longo do artigo, o próximo campeão olímpico vai emergir da conjugação de duas situações:

> Não se “queimar” (burnout) nem lesionar em 2011 e inicio de 2012;
> Saber estar ao mais alto nível no dia da prova;

Já vimos isto suceder em 2010 com o Frodeno. Havia candidatos mais fortes. O Docherty com a experiencia que tem e com as provas já dadas, pode muito bem vir a ganhar. Como diz alguém que conheço, o importante é:

“Keep the eyes on the ball”.

Bons treinos!