Tuesday 25 January 2011

Faz o que eu digo. Não faças o que eu faço!


Uma das ideias que reforço constantemente a quem treina com regularidade é respeitar sempre a progressividade das cargas. Evitar aumentar bruscamente o volume de treino de uma semana e/ou sessão para outra.

Ser consistente e paciente é uma das chaves do sucesso. Fazer aumentos bruscos das cargas pode criar lesões, doenças e sintomas de “overtraining”. Limita a progressão da condição física no longo prazo. O treino deve moer, não esgotar!

Foi aquilo que não fiz este Domingo. Aproveitando um treino de equipa do clube, acabei por fazer quase 100km de bicicleta a um ritmo razoável. O máximo que tenho feito nos últimos meses são 60km a ritmos baixos. O “empeno” foi muito grande. Os últimos 10km foram penosos. Já não tinha “nada no corpo”, nem posição na bicicleta e tive que pedalar contra vento…gelado! Cheguei esgotado. Completamente! E com uma ligeira infecção respiratória (já cá andava. Apanhei do pequeno).

Como consequência vou ter que andar a recuperar esta semana toda. Quando não era suposto. Só 5ª feira devo estar apto a suportar algo mais intenso!

Já tenho idade para ter juízo!

Recentemente estava a ler um artigo sobre a importância da recuperação.
É óbvio para qualquer comum mortal que fazer uma prova de Iron Man (3,8km a nadar + 180Km de bicicleta + 42km) é um desafio no mínimo arrojado! É algo que depois de terminado deixa o corpo num estado lastimoso. O massacre é muito grande.

Se vos disser que começa a ser comum entre Triatletas profissionais fazerem este tipo de provas com menos de 1 mês de intervalo, é no mínimo surpreendente. Há quem as faça em semanas consecutivas! Se até aqui me pareciam situações pontuais, começa a ser regra geral. Mesmo em Portugal.

É verdade que o treino faz “milagres”. E que estamos a falar de super atletas que treinam muitas horas. Embora a recuperação seja algo muito pessoal de cada um, são opções questionáveis. O senso comum recomenda 3 semanas de treino sem intensidade após uma prova destas. E só voltar a competir passados 3 meses. Duas provas “a sério” por ano.

Acredito que por trás desta nova tendência, existam questões económicas e o próprio prazer de competir. Há atletas que adoram competir. Só o fazerem duas vezes por ano é muito frustrante.

No entanto há que ter sempre presente que o preço de não recuperar devidamente pode ser o encurtamento prematuro da carreira.
 A ver se esta sessão de Domingo não vai terminar prematuramente com a minha carreira desportiva:). Sonho ser campeão no escalão 80-84anos!

1 comment:

  1. Eu sou um daqueles "viciados" em competição apesar de não fazer 2 Irons seguidos :-).
    Concordo genéricamente com a tua opinião, só falta incluir aí a questão da motivação, a competição no meu caso motiva-me a treinar mais e melhor o que ajuda depois também na recuperação. Quando se anda motivado parece que não nos doi nada.
    Mas a tendência é ser cada vez mais selectivo nas provas e ir piscando o olho aqui e ali a um Trail de montanha.
    Boa recuperação e continuação de bons treinos.

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