Wednesday, 4 November 2015

Desafio Iron Man

No mês passado de Outubro tomei a decisão de me inscrever num Iron Man (IM).

Era algo que tinha em mente há alguns anos, mas por diversas razões, nunca se concretizou.
Ao contrário de muito Triatletas, nunca senti a necessidade de fazer um IM. i.e., sentir que para ser Triatleta tem que se fazer um IM. 

Obviamente o desafio da distancia motiva-me. Mas tanto como fazer 18’30’’ aos 5 Km. Não existe, nem nunca existiu alguma vez o fundamentalismo com o IM. O desafio não é fazer um IM. Com um “cut off” de 17h, terminar é apenas o objectivo básico.

No meu estado actual de forma consigo nadar os 3.8km, pedalar calmamente os 180km e provavelmente correr uns 10km. O resto seria a andar e terminaria certamente abaixo das 17h.
O objectivo passa por tentar fazer a prova o melhor possível dentro dos teus limites. Ir para 11h, se possível, menos!

Continuo a gostar de competir em provas curtas com ou sem draft. Correr os 10km de um Triatlo Olímpico em 40', continua a ser para mim um objectivo a perseguir.

Tenho mais de 10 HIM nas pernas e consistentemente tenho melhorado na distancia, por isso naturalmente faz sentido tentar um IM. Parto de uma boa base, para o fazer com tranquilidade.
Surgiu uma data, um local “perto”, um custo acessível e inscrevi-me. Se tudo correr bem, será na Galiza, no dia 26 de Junho de 2016.
http://northwesttriman.com/

O meu treino não vai sofrer grande alterações. Irá obviamente assentar em duas sessões fundamentais:

Uma de corrida longa até 3h. Que será para fazer a ritmos tranquilos. 5m/km ou mais devagar. A ideia é esta sessão não massacrar demasiado. Não estamos a falar de correr maratonas a 4’30’’/km, mas sim a 5’15’’/km ou mais devagar no meu caso.

Uma sessão longa de bicicleta. 5h, 6h. Com qualidade. O meu entendimento é que a bicicleta é das 3 disciplinas a mais fundamental para o sucesso. O segredo é chegar á corrida o menos desgastado possível mas tendo conseguido pedalar razoavelmente. Uma boa base de ciclismo e muito cabeça fria durante a prova, associado a uma correcta alimentação e hidratação, são a minha receita para o desafio.

Estou a 8 meses da prova. Alguns poderão dizer que ainda falta muito. É verdade. Mas a consistência tem sido o meu apanágio e desde já vou começar a trabalhar nas sessões longas. Criar um buffer, pois sei que durante o caminho, vai haver momentos em que não vou poder treinar como pretendo. Por isso, preparo o tema de longe para evitar que á ultima da hora tenha que fazer planos demasiado disruptivos com a vida pessoal.

E tenciono continuar a fazer provas Sprint e Olímpicas do Circuito Nacional. Até já me passouu pela cabeça fazer um apreparação nos meses de Inverno para correr 3Km em pista!! 
Tentar fazer um IM sim, de uma forma "saudavel", seja lá o que isso for :)


Looking forward to it! 

Monday, 7 September 2015

Duatlo do Estoril, competir com uma abordagem diferente





Decorreu ontem Domingo o Duatlo do Estoril, disputado na distancia Sprint (5km, 20km, 2.5km).

Prova que era Campeonato Nacional de Clubes e que tem a particularidade de ser disputada dentro do Autódromo do Estoril. Sem duvida um local diferente, e no meu caso, que tantas vezes vi na TV provas motorizadas ali disputadas, tornou a experiência diferente. Em particular o percurso de ciclismo, composto por 5 voltas á pista!!Para minha surpresa, o percurso está longe de ser plano, é bastante técnico e com duas pequenas rampas suficientes para seleccionar ciclistas menos bem preparados.

Para mim era o voltar a competir após o período de ferias. Sentir a competição e perceber o estado de forma.

O dia estava agradável mas quente. Muito Sol e algo abafado. Ia estar calor durante a prova e isso já se notava durante o aquecimento. Percebi igualmente nesta altura que as pernas estavam algo moídas. O treino longo de bicicleta do dia anterior ainda estava no corpo. Nada que não estivesse á espera. A ideia era mesmo essa. Estar algo moído, ver como tinha recuperado do treino do dia anterior e ver o que ainda tinha “tanque”.

Optei por uma estratégia diferente da normal. Nestas provas, se o objectivo é a classificação, a 1ª corrida é fundamental. Há que forçar ao máximo, sair o máximo á frente no 1º segmento de corrida e aproveitar os grupos de ciclismo que se formam da melhor forma. Não o fiz. Dado o meu estado, tb dificilmente o conseguiria fazer. Optei por sair prudente. Sem entrar em zonas de grandes sofrimentos. Mantive-me em controlo, sem olhar a relógios nem a ritmos.

Fazer uma transição na recta da meta do autódromo é sempre memorável. Mas a primeira transição não me correu bem. Ao tirar a bicicleta do suporte, um dos sapatos ficou preso no mesmo e acabei por perder ali uns preciosos segundos, suficientes para ver um pequeno grupo formar-se á minha frente no inicio do segmento de ciclismo e desaparecer.

Não era importante. A ideia era mesmo fazer um TT de 20km. Ficar em “terra de ninguém” como fiquei até ajudava. Com grupo ou sem grupo, a bicicleta era para doer. E assim foi, rolei 3 voltas sozinho até que consegui alcançar um grupo de 3 atletas. Passei directo e com eles na roda fomos alcançar outro grupo de mais 3 atletas ainda dentro da 4ª volta. Nesta altura pensei em resguardar-me, mas decidi ir para a frente e forçar na mesma o andamento na 5ª volta. Infelizmente não tive ajuda de ninguém e acabei de fazer de reboque para todos. Faz parte.   

Chegava a T2. Procurei soltar as pernas no últimos 500m do ciclismo e ver o que acontecia. Surpreendentemente, ia melhor do que pensava. As pernas estavam a responder e acabei por fazer um ultimo segmento de corrida a bom ritmo (para mim, claroJ).

No final, 56 entre 99 atletas á partida (95 no final) e 12ª V1 num total de 17. De salientar que o nível competitivo era bastante elevado. De tirar o chapéu ao atleta que ganhou o meu escalão. Capaz de correr 5km abaixo de 16’ e top 10 na geral individual!! Velhos são os traposJ

Dada a qualidade da prova e da organização, é pena não haver mais atletas a participar. É uma prova única, bem organizada e merece outra adesão. Acredito que a data, pós férias, com muitos Triatletas focados no Triatlo de Cascais, não seja a mais feliz.

Fiquei em particular satisfeito com a forma como recuperei de um dia para o outro e com a prestação na bicicleta. O corpo está pronto para enfrentar a próxima exigência, o Triatlo Longo de Cascais no dia 27.  Esperam-me certamente quase 5h de prova!!

Bons treinos e saudações desportivas.

Monday, 13 July 2015

Aquatlo de Coruche

Neste passado Domingo voltei aos Aquatlos (natação e corrida). Penso que terá sido a 2ª vez que fiz um. A única memoria que tenho é ter feito um há muitos anos em Sesimbra! A prova é composta por 750m de natação seguidos de 5km a correr.

Participei com o único objectivo de passar uma tarde agradável. Coruche é perto de casa e o local onde se realiza a prova é muito agradável. A partida estava agendada para as 16h. Por isso, decidi fazer na mesma o meu habitual treino longo de ciclismo matinal. Fui na companhia de um bom grupo o que resultou num “empeno” acima do pretendido!! Moeu e as mazelas vieram ao de cima mais tarde. Mas já lá vamos.
Optei por ir cedo para Coruche. A ideia era realizar um pequeno treino de natação antes da prova. Infelizmente o parque de transição abriu muito tarde e acabei apenas por fazer o aquecimento que se resumiu a fazer uma volta completa ao percurso.

Apesar de não estar demasiado calor (28º), a agua estava perfeita. 22 graus! Propicia a uma banhoca excelente sem fato. Gosto de nadar nos rios sem fato. Dá uma sensação de liberdade!
Chegava o momento da partida. Uma partida dentro de água, mas com pé, o que a torna diferente!! Tentei colocar-me no local mais directo á 1ª bóia e sair rápido como manda a regra nestas provas sprint. Mesmo com “apenas” 150 atletas, houve bastante confusão até á 1ª bóia. Pelo meio ainda levei uma patada nos óculos do lado esquerdo que me obrigou a parar para os recolocar. Nada que me afectasse.
Senti-me bem todo o segmento, embora não fizesse ideia se ia bem ou mal. Ia a desfrutar o momento, que no meu caso, neste segmento, nem sempre é assim. Queres é sair dali o mais rápido possível!

As minhas dificuldades começaram no exacto momento em que sai da água. Ao tentar elevar-me da água para o pontão, tive um cambrea no bíceps da perna esquerda que me deixou imobilizado. Mazelas do treino matinal.  Tentei recompor-me e fui a coxear até á transição. Calcei os sapatos com cuidado e sai para o segmento de corrida ainda a coxear. Aos poucos regressei á normalidade. Mas as pernas doíam-me. Não queriam correr. O ritmo era fraco e ia-me a custar. Só depois dos 2km me consegui soltar um pouco e imprimir um ritmo mais forte. Mas nunca o desejado e sempre muito sofrido.
Sem duvida que o treino matinal tinha deixado as suas marcas. Mas isso, já eu sabia que ia acontecer, por isso, nada de queixas!!

Terminei com 35’, 5º V1, que na pratica é 4º, porque o 4º encurtou o percurso de corrida. Não foi o único atleta a fazê-lo. E nenhum o fez com intenção. A organização poderia e devia ter estado melhor na indicação do percurso. Pouco claro em alguns locais!

O curioso é que sai da água em 3ªJ. Mas mesmo num bom dia, sem problemas físicos, não teria chegado ao 3º lugar. Só mesmo aprendendo a correr!!! Talvez um dia. Agora o objectivo é continuar a melhorar a natação. Se possível, tirar 1’ aos 750m.

No final, uma excelente tarde passada a competir e alguns sentimentos mistos. Por um lado, caso estivesse mais fresco, podia ter feito melhor, por outro, correr perto de 4’/km, passadas poucas horas de um razoável esforço de bicicleta, não é mau de todo.

Agora é recuperar as pernas. Provavelmente só voltarei a competir em Setembro!
Bons treinos

Monday, 22 June 2015

Triatlo de Oeiras, o dia das supostas más decisões que afinal foram boas!




Decorreu ontem mais uma edição do Triatlo de Oeiras, no local habitual, na praia da Torre.
Disputado como é tradicional, no formato sprint. 750m, 20km, 5km.
Por inúmeros motivos, não gosto de falhar esta prova.

Fui cedo como é habito. Este ano fui acompanhar a Madalena e o Hugo, que animam o “Correr Benavente” e se propuseram a iniciarem-se nestas andanças. Dar algum apoio e orientação. Iam fazer a Prova Aberta.
Queria fazer o check in juntamente com a Prova Aberta. Com 500 atletas inscritos na prova principal, previa muita confusão durante o mesmo. Para minha surpresam, não me o permitiram, o que mais tarde veio criar-me algum stress desnecessário.

Aproveitei para assistir tranquilamente á Prova Aberta na companhia de alguém que me é especial. O que dá sempre outro significado ao momento. Esperei até ver a Madalena e o Hugo terminarem com sucesso e satisfação a sua 1ª experiencia Triatletica e quando me dirigi para o check in, a fila estava interminável. O mesmo abriu tarde e a más horas e acabei por estar 40’ na fila, retirando-me a possibilidade de fazer o aquecimento na água bem feito e de desfrutar o momento com tranquilidade.  Cheguei á areia, faltavam menos de 15’ para a partida.

Apesar de ter aliviado o treino com o objectivo de estar fresco, era tudo o que não sentia. A semana social não foi a ideal para descansar e o Sábado foi tudo o que não queres.  Ensaios e festas da criançada. Enfim, não me recordo de me sentir tão cansado antes de uma prova.

Mas a experiencia já me mostrou que estas coisas podem mudar. Assim a que o tiro de partida dá, a adrenalina toma conta de ti e as sensações mudam. Por isso, era manter-me positivo. A estratégia era nadar o melhor possível, poupar energia no ciclismo e tentar fazer uma corrida forte.

Sabia que a maré estava a vazar o que podia causar dificuldades no rondar da 1ª bóia. A vazante ao largo é muito forte. Tive essa confirmação minutos antes da partida.  Por isso, teria que partir o mais á esquerda possível na box dos Veteranos, que infelizmente não era a mais á esquerda de todas. Assim que deu o tiro de partida, não corri a direito para a praia. Corri na diagonal para a esquerda. E assim que comecei a nadar fui sempre indo para a esquerda até ao ponto de estar completamente só a nadar do lado esquerdo. Numa partida com 500 atletas esperas muita confusão, muita tareia. Nada disso aconteceu. Ia só, claramente para a esquerda de todos. A determinada altura achei que tinha exagerado. O desvio devia estar a ser grande demais. A distancia a mais que estava a nadar não ia compensar. Mas as duvidas rapidamente se dissiparam. A minha aproximação á bóia foi “supersónica”. E quando lá cheguei reparei em muitas tocas amarelas e verdes, o que era um bom sinal.
Mas cometi o “erro” de ir demasiado directo á bóia. Fiquei a nadar parado a 1’ á esquerda da mesma. A tentar contorná-la. Não conseguia. A confusão era muita. Não conseguia nadar com força porque me puxavam os braços, o ar começou a faltar-me e a situação começou a ficar negra.
Tive que tomar uma decisão rápida para segurança pessoal. Passei junto á bóia mas deixei a mesma á esquerda, infringido as regras. Foi um momento complicado. Por um lado aliviado de sair daquela aflição, por outro, desanimado porque não era justo. Pensei em fazer a prova até ao fim e auto desclassificar-me. Demorei a reagir. Nadei seguramente uns 200m em modo relax a pensar no tema. Até que novamente atletas de toca verde e amarela me começaram a passar.  Procurei então reagir e entrar em modo de prova novamente.
Por tudo isto, sabia que tinha nadado bem. Mas isso, na altura não me estava a dar motivo de satisfação. Mas queria ir até ao final.

Iniciei o ciclismo juntamente com outro atleta. Ia-mos a trabalhar bem os dois. Por volta dos 6km fomos absorvidos por um grupo numeroso onde vinham muitos dos V1 e V2 que disputam o pódio. Para mim, era a primeira vez que isto sucedia. A partir dai foi gerir as pernas e a energia. Tentar desgastar-me o menos possível.

Para surpresa minha, apercebi-me pelas conversas dentro do grupo, que muitos atletas não tinham rodando a bóia. Isso mudava em certa medida, o meu chip! O organização tinha decidido a determinado momento mandar os atletas directos para 2ª boiá. Mais uma vez, eu tinha antecipado a decisão da organização. Aquilo que me pesou na consciência, afinal tinha sido a decisão correcta. E tendo eu nadado até á bóia, seria até certamente dos mais prejudicados. Muitos nem perto dela devem ter estado.

Chegava a corrida. Tentei o que pude. Mas as pernas foram sempre meio presas. Para o reduzido desgaste que o ciclismo tinha causado, devia estar mais solto. A falta de frescura era evidente. Mas fui indo, a sofrer o que o corpo deixava. Esperava ter corrido um pouco melhor. Este “pouco” foi suficiente para ficar fora do top 10 do escalão. Estamos a falar de segundos. 

No final 13º V1 (entre 98), 80º da geral masculina (entre 400) embora com toda a confusão que aconteceu na água, este resultado serve de pouco como indicador. Fico com a sensação que fiquei beneficiado em relação a alguns atletas e prejudicado em relação a outros.
Enfim, foi uma prova diferente. Um misto de muito boas, boas e menos boas emoções num curto espaço de tempo. Certamente para recordar.

Agora preciso de olhar para o calendário e planear o final de época. Ainda não sei quando voltarei a competir.
Hugo e Madalena, o próximo já é a sério! Toca a treinar!

Saudações desportivas

Sunday, 7 June 2015

Triatlo de Peniche, CN de Escalões de Idade



Decorreu ontem em Peniche o CN de Triatlo de Escalões de Idade, prova disputada na distância Sprint (750m, 22km, 5km).
Para mim é sempre uma prova emblemática. Já a fiz muitas vezes mas sempre que posso, participo. O facto de ser CN acaba por lhe dar outra cor e dinâmica. Muitos atletas de touca vermelha este ano e um novo percurso de corrida, aparentemente bem medido e no meu entender bem melhor que o anterior!

Foi aqui que parti a clavícula o ano passado e esse pensamento esteve bastante presente, especialmente durante o percurso de ciclismo. Mas há que enfrentar os “fantasmas” e pô-los para trás das costas! Nunca hesitei em querer voltar a Peniche.

Apesar de vir de um período de treino menos bem conseguido, nas ultimas duas semanas, embora ainda sem as boas sensações estarem de volta, a qualidade do treino melhorou. O objectivo era ficar perto do top 10 do escalão (V1: 40-44). O plano era simples. Sair a todo o gás na natação, lutar com todas as forças na bicicleta e sofrer para aguentar o peso das pernas na corrida.

E assim foi. Dado o vento estar de Norte, procurei partir do lado Norte da linha. Atrás de atletas mais rápidos que eu. O objectivo não era segui-los, mas sim ter alguma agua “limpa” e evitar a confusão.   Mas nem por isso resultou. Era muita gente para uma linha de partida tão pequena. Os primeiros 100m foram uma “violência”, mas depois encontrei o meu espaço e fui indo, sempre á procura de “pés” e o mais rápido que conseguia. Sentia que não devia ir mal, mas não levei cronometro, por isso quando sai da agua não fazia ideia como tinha nadado.

Procurei fazer uma T1 tranquila e começar o ciclismo com prudência. Rapidamente me vi num pequeno grupo, no qual tive que assumir a liderança nas primeiras abordagens mais selectivas. Mas foi “Sol de pouca dura”. Fomos absorvidos por um grupo bastante forte, liderado pelo Hugo Ferreira. Iam começar as minhas dificuldades.  O andamento era muito forte, ia em nítidas dificuldades. No chamado “elástico”. Não era o único. Para piorar era a parte mais sinuosa e selectiva do percurso. Resisti até onde consegui. Descolei na ultima subida da 1ª volta. Ainda tentei recolar. Eu e outro atleta. Mas foi um esforço em vão. Acabei por ficar com parte do grupo onde vinha inserido. Mas nunca fui fácil. Voltei a passar por dificuldades na 2ª volta embora tenha conseguido resistir. A 3ª e ultima volta acabou por ser mais tranquila mas nem por isso fácil. Chegava o segmento de corrida e com ele o alivio das possíveis quedas e a certeza que iria terminar a prova
.
Tinha perfeita consciência que o ciclismo me tinha deixado “marcas” nas pernas. Era tentar defender-me o melhor possível. As pernas iam pesadas mas ia a sentir-me a “correr”. Não me ia a arrastar.  Deveria ir próximo dos meus objectivos classificativos, mas a perder lugares. Nada de novo.
A partir do ultimo retorno e com o aproximar da meta procurei aumentar o ritmo por forma a minimizar o numero de lugares perdidos.  Acabei praticamente a sprintar!

No final, como sempre uma enorme satisfação por ter terminado e a sensação de dever cumprido.
Fui 89º da classificação absoluta e 13º entre os 67 V1 que terminaram a prova. A 1’ do 10º classificado. Parece pouco…mas é uma eternidadeJ
No global, provavelmente o melhor prestação de sempre num Triatlo Sprint. Uma natação a recompensar-me do investimento que tenho feito, um ciclismo rápido para o percurso e para as minhas capacidades e uma corrida em linha com o esperado.

Fico sempre o achar que posso melhorar aqui ou ali. Por vezes é uma ilusão que nos alimenta a motivação. Gostava de nadar 1´menos. Sair pertos dos primeiros veteranos. Embora claramente não teria pernas para pedalar com eles. Sei tb que posso correr melhor. Mas para isso, preciso de fazer um ciclismo menos no limite. O peso tb pode ainda ser afinado. Enfim, esta é uma das facetas interessantes da modalidade. Há muito por onde pensar em melhorar, em manter a motivação.


Saudações desportivas!!

Tuesday, 5 May 2015

Triatlo Longo de Lisboa – 10ª edição



Sempre que posso, gosto de marcar presença nesta prova. Foi aqui que me estrei na longa distancia, o ser em Lisboa e na zona da Expo, faz-me ter vontade de ali voltar.

Este ano encarei a minha participação de uma forma muito relaxada. Não fiz nenhuma preparação especifica para a prova mas tendo em conta a consistência do treino, sentia-me preparado.
Este ano tenho investido mais na natação e apesar do volume de treino do ciclismo ser idêntico, a qualidade tem sido melhor graças a ter encontrado parceiros de treino, especialmente aos fins de semana. O Inverno foi consistente e as provas de Tagarro, Abrantes e Sabugal confirmavam a minha melhor forma neste segmento.
Apenas a corrida me deixava algumas duvidas.  A corrida no Sabugal tinha sido fraca e sinto que ainda não estou onde gostava. Mas está consistente. Tenho mantido regularmente os meus 40 a 50km por semana e isso dava-me alguma confiança.

A estratégia passava por nadar de forma moderada, esperando que a melhor forma da natação me permitisse ganhar 1 a 2’ em relação ao ano anterior. No ciclismo, fruto tb da melhor condição, ia arriscar mais que em anos anteriores embora com algum receio relativo ao conforto por nunca ter feito um treino com o setup de TT.
A corrida ia ser a gerir. Controlar até aos 15km e dependendo do estado nessa altura, tentar forçar.
Para a prova, não ia a registar o tempo e nem levei GPS. Apenas um monitor de ritmo cardíaco para controlar possíveis “loucuras”.

O dia que antecedeu a prova foi um excelente tónico e até fiz uma profecia (que está gravada em vídeo), que projectava: 31’ na agua, 2h34’ na bicicleta e 1h33’ na corrida assumindo que esta tinha 21km. Obviamente tudo isto dependia das condições climatéricas que a previsão dava quase como perfeitas. Pouco ou quase nenhum vento e temperatura amena. E quase aconteceu assim.

Uma natação com menos confusão que em anos anterior dado haver partidas separadas. Nadei confortável e procurei navegar bem. As sensações eram positivas.
Lancei-me para o ciclismo com esse intuito de arriscar mais. Ia-me a regular por dois factores. Tempo por volta e ritmo cardíaco. Apontava para 38’ por volta e evitava ultrapassar as 140 bpm a rolar. Excepção feita nas subidas.  E as coisas iam a bater certo. Apenas na ultima volta, resultado de ter entrado algum vento Sul e já estar a descomprimir para a corrida, o tempo foi superior aos 38’.
Durante o segmento tive a perfeita noção que ia melhor que em anos anteriores. Atletas que normalmente me passam na 1ª volta, só o fizeram na ultima volta.

Chegava a corrida. Rapidamente senti que estava bem das pernas. Mas optei por uma estratégia defensiva. Limitei o meu ritmo cardíaco máximo a 150 bpm e deixei-me ir. Ia fácil e a desfrutar. Como gosto. Fui ficando “pesado” com o passar dos kms. Por receio não forcei logo na entrada da ultima volta, apenas a partir dos 17km. É sempre bom acabar em ascendente!

No final 4h38’, com parciais de 31’, 2h33’ e 1h30’. Em linha com a profecia!
A sensação de terminar estas provas é única. Mais ainda quando o desempenho vai de encontro ao esperado e terminas de forma “saudável”. Definitivamente, uma experiencia para repetir!!

Talvez volte aos longos em Cascais. Ainda não é certo, mas estás debaixo de olho.
Agora é pôr alguma intensidade nas pernas para Peniche e Oeiras, os clássicos cá do burgo!!
Sim, porque apesar de mais velhinho, continuo a gostar de fazer todas as distancias! Sprint, Standard ou HIM, com roda ou sem roda, continua a adorar competir!!

Bons treinos!!


Tuesday, 28 April 2015

Triatlo do Sabugal






Decorreu neste ultimo passado Sábado, o 1º Triatlo de distancia Olímpica a Época. Era tb a minha estreia este ano nos Triatlos.

A opção este ano passa por fazer provas pouco distantes. Por essa razão, não era prova que no inicio do ano estivesse nos meus planos. No entanto, a ideia foi ganhando forma e apesar da distancia, acabei por me inscrever.

É uma zona bonita e contava que estivessem boas condições climatéricas. Infelizmente durante a semana fui-me dando conta das previsões pouco animadoras. Chuva e temperaturas baixas esperadas para a hora da prova. Não que estas condições me afectem, mas podiam tornar perigoso o percurso de ciclismo. Depois da queda em Peniche o ano passado, é um pensamento que não consigo evitar.

Durante a viagem, ainda tive a esperança que a chuva se mantivesse quieta. Um ou outro aguaceiro e o piso ia estando seco. Mas tudo mudou aproximadamente uma hora antes da prova. A chuva entrou em força e para piorar, puxada a vento.

O check in e os momentos que antecederam a partida foram bastante desconfortáveis. A ajudar a festa, uma agua fresca, nada convidativa a banhos. Com todo este cenário, não fiz o normal aquecimento na água. Simplesmente não havia vontade. O pensamento comum era “vim eu de tão longe, para isto, devia era estar no quentinho em casa”J

Mas com o sinal de partida, tudo muda. Esses pensamentos ficam para trás e é hora de me concentrar na prova.  Fui aquecendo no segmento de natação. Não foi uma natação fácil. Muita ondulação criada pelo vento, a fazer engolir alguma agua. Fiquei com a sensação que a minha velocidade de nado está boa, mas a orientação fraquinha. Falta de treino especifico em aguas abertas. Senti sempre que nadei demasiado sozinho. Não comprometeu, mas julgo ser capaz de fazer melhor.

O inicio do ciclismo foi muito prudente. A saída da barragem na direcção do Sabugal, com o piso molhado, é muito perigosa.  Cheguei mesmo a tirar um pé dos pedais numa curva. Fui passado por alguns atletas nesta fase e nem esbocei reacção. Queria chegar ao Sabugal inteiro. Ai iam começar as dificuldades de um percurso que tinha quase 500m de acumulado de subida.

Optei por não pensar muito no que se passava atrás de mim. Lancei-me na minha prova. Não me ia a sentir mal, mas as pernas iam muito presas.  Durante toda a fase inicial ou ia sozinho, ou ia eu a puxar o grupo. Paguei isso quando o grupo onde ia o Henrique Venâncio me passou. Não ia num bom momento, não consegui reagir. Mas depois, durante alguns km fui mantendo a distancia para o mesmo.
Acabei por ser absorvido por outro grupo volta dos 22-23km. Com o qual segui até ao final do segmento, mas tive ainda que ultrapassar um percalço de me ter saído a corrente. Felizmente, consegui coloca-la rapidamente e recolar ao grupo. 
O final do segmento foi algo surreal. Na descida da aproximação ao Sabugal, caia uma chuva intensa que até doía ao bater no corpo. Houve alturas que nem via nada. Foi um momento perigoso, mas felizmente não houve acidentes.

Chegava o segmento de corrida a pe. Ia desconfiado das pernas. Muito presas. E não me enganei. Ainda tive a esperança de as soltar ao fim de alguns km. Mas aconteceu o contrario. Depois de uma 1ª volta sofrida, mas normal, entrei em serias dificuldades na 2ª volta. Tive que abrandar. Mas qualquer que fosse o ritmo, ia em grande sofrimento. Tinha que gerir a cabeça. Tomei um gel á entrada da 3ª volta. A qual continuou a ser bastante sofrida. No entanto, no final da mesma, comecei a sentir melhorias e acabei por melhorar na 4ª e ultima volta o que me permitiu recuperar ainda alguns lugares.

No final, 2h29´, 13º no escalão V1. Não ambiciono lugares, isso pouco me move, mas sim maximizar ao resultado dentro das minhas capacidades. Sinto que posso fazer melhor num escalão, que apesar de algumas ausências, está com um nível competitivo muito elevado.


Obviamente, estava satisfeito com o facto de ter terminado a prova, o ter estado por dentro dela. São sensações únicas, que me movem, que dão sentido a todo o trabalho efectuado.
Mas não fiquei satisfeito com a prestação na natação e principalmente com a da corrida. Tenho treinado para fazer melhor. Mas foi o que deu. Há-que tirar conclusões e pensar já na próxima prova.
Que não é meiguinhaJ É já no próximo Sábado. Triatlo Longo de Lisboa, disputado na distância HIM. Mais um belo empeno me espera. A ver se recupero e se as pernas se portam melhor.

Bons treinos!

Thursday, 19 February 2015

Vida, Triatlo, Reflexões, Perspectivas e Compromissos



Há mais de 10 anos que pratico Triatlo. De uma forma continua, ano após ano. Apesar de alguns altos e baixos motivacionais, tenho conseguido manter a pratica da modalidade ano após ano. Tem ajudado ter uma relação com a modalidade que considero “pouco fundamentalista” do ponto de vista de resultados classificativos. Procuro melhorar todos os anos, mas não faço disso uma obsessão.

O facto de manter as horas de treino semanais (10h a 13h) dentro de limites aceitáveis para a minha mente (de notar que não é para o meu corpo) e estáveis aos longos dos anos, tb tem ajudado. Tenho-me mantido sem lesões e com a cabeça relativamente pouco saturada!

No meu caso, que tenho filhos e um trabalho full time, passar um determinado limite de horas de treino semanais, começa a ter um efeito negativo na minha motivação. Começa a ser Triatlo a mais!! Mas obviamente que pensas sempre que se com mais umas horitas de treino (não sei bem como), não andarias mais.

A dificuldade, não está em apenas gerir as horas a mais de treino, mas sim em gerir o descanso. Se treinas mais tb precisas de descansar mais. Se não o fazes, não melhoras, não vale o esforço adicional e acabas por cansar a mente e desmotivar. E talvez por serem já muitos anos,  algumas questões começam a assolar a tua(minha) mente.

Quando treinas mais de 10h por semana (e não se pense que é muito. Alguns amadores treinam mais de 20h e um profissional certamente mais de 35h), isso exige rotinas, sacrifícios, roubar tempo ao sono, etc. Interfere na tua vida. Quando o fazes anos a fio consecutivos, por vezes paras para pensar. Questionas se deves mudar (não parar), fazer algo diferente.

Quando és miúdo tens muitos sonhos. Uma vida pela frente. Vais mantendo alguns durante a vida e desistindo de outros. Com o passar dos anos, percebes que não tens tempo para fazer tudo. A vida é curta. Tem que tomar opções. E se queres fazer algo bem, esse algo vai consumir  tempo, exigir sacrifícios. Vais ter que desistir de outros sonhos. Com o passar do tempo, esta sensação fica mais presente, quase te “morde”J

No meu caso, sempre achei que podia fazer muitas coisas. Não nasci predestinado para isto ou para aquilo. Acho sempre que podia ter feito (e fazer) inúmeras coisas na vida. Poderia praticar outra modalidade desportiva ou até algo não relacionado com desporto. Certamente que sim. Pratiquei em miudo modalidades tão distintas como o Judo, a Vela, o Basquetebol, o Xadrez, etc. E gostei de todas elas. Curiosamente, nenhuma modalidade de resistênciaJ

Encontrei no Triatlo, já depois dos 30 anos, uma forma de manter a minha condição física. Que me tem ajudado em tudo o resto. Aprendi a gostar da modalidade. Da sua envolvente, diria quase do seu “cheiro”.

Dá-me particular satisfação ter ido a Tagarro, disputar o Nacional de Duatlo de Age Groups, e sentir o ambiente das provas. Os rituais. Dei por mim a rolar a mais de 40km/h na bicicleta e a pensar que adorava aquilo. Aquela adrenalina, aquele “sofrimento”.  Que tudo fazia sentido. São momentos como este que me dão certezas. É verdade que abdiquei de alguns sonhos, mas não foi em vão. Troquei-os por emoções terrenasJ

E até posso desmotivar e abandonar a modalidade amanhã, mas com a certeza que valeram a pena todos este anos. 
Aprendi uma lição muito importante. Daquelas que ouves desde pequeno, que está em todos os livros de boas práticas, mas que só a vivendo adquire outro significado. Na vida, os sucessos, são “99% transpiração e 1% inspiração”
Não nasci com genética para desportos de resistência. Longe disso. Mas aprendi que ter ou não ter genética, não se traduz numa diferença abismal. Faz a diferença entre conseguir vencer ou não, mas com esforço e dedicação, podes minimizar muito essa diferença de herança genética.

O segredo, simples: Repetir, repetir, repetir. De forma consistente. E não resulta só com o triatlo. É aplicável a tudo na vida.

Bons treinos!!

Tuesday, 10 February 2015

Duatlo de Tagarro


Decorreu no passado Domingo o Campeonato Nacional de Escalões de Idades de Duatlo na localidade de Tagarro. Um lugar situado no sopé da Serra de Montejunto, perto de Alcoentre.
Disputado na distancia sprint: 5km de corrida,  20Km de ciclismo, 2.5 km de corrida.
Pessoalmente, embora tenha passado várias vezes pela estrada nacional junto da localidade, desconhecia o mesmo.

Tomei a decisão de participar a 10 dias da prova. Não estava nos planos, mas sendo perto, e como não tenciono disputar os Triatlo no Algarve, decidi ir sentir o gosto da competição.
Encarei a prova como um treino. O mês de Janeiro foi fraco no que se refere á qualidade do treino. Como muitos, tb eu não me livrei de uma inflamação pulmonar, que não me impedindo de treinar, não me o deixava fazer como queria.

Estava um dia frio mas com um Sol intenso. O cenário que circunda a zona é muito bonito.
O percurso foi uma surpresa positiva. Tanto a corrida como ciclismo, de plano tinham pouco. Selectivo qb e muito equilibrado. Gostei bastante.

Comecei algo preso na 1ª corrida. As sensações não eram as melhores. Era esperado, sentia-me algo cansado. Mas encontrei o meu ritmo e fui indo, aos poucos de trás para a frente.
O ciclismo foi rápido. Ia inserido num grupo muito vivo. O ritmo era forte e ia algo desconfiado das minhas capacidades nas zonas mais selectivas. Procurei gerir o inicio. Sinto sempre dificuldades nos primeiros arranques.
Ao poucos fui melhorando e até acabei por passar pela frente do grupo algumas vezes, tendo inclusive passado melhor do que esperava as zonas mais selectivas do percurso. Deu para tirar algumas conclusões do meu estado de forma. Foi muito bom voltar a sentir a adrenalina a rolar rápido em pelotão.
O grupo foi crescendo bastante e ao chegar á T2 seriamos mais de 30 certamente. Procurei resguardar-me na parte final e soltar um pouco as pernas para a ultima corrida.  
Foi sofrida como sempre, mas a um ritmo razoável. Sentia que ia a correr, não a arrastar-me.   
No final, 104 na geral absoluta, 20º no escalão V1. Um resultado modesto em linha com o meu valorJ
Mas o mais importante não é a classificação, foi o ter estado dentro da prova, na disputa de lugares, voltar a sentir a emoções destas provas. É isso que me move.

Engraçado que quando me iniciei nestas andanças, os duatlos não me atraiam. O meu nível de corrida era fraco, havia menos atletas e acabava por sair sempre para o ciclismo muito atrás. Tendo que fazer este segmento sozinho ou em pequenos grupos. Acabava por não me sentir “dentro da prova”.
O oposto do que sucedeu no Domingo!
Excelente jornada desportiva!!

Saudações desportivas!