Há pouco tempo atrás estava a ler um artigo sobre a Mark Allen On-line. A empresa de coaching do Mark Allen. Era o resumo de uma entrevista com ele. Onde se abordavam temas diversos. Honestamente, quando comecei a ler a peca jornalística achei que não ia ter grande interesse. Mas enganei-me. O conteúdo era simples, terra a terra e realista. Gostei.
Um dos assuntos que ele abordava era a capacidade de sofrimento dos atletas. Especialmente no Triatlo de longa distância. Quem já fez este tipo de provas, sabe que a determinada altura no segmento de corrida, o corpo começa a dar sinais para abrandar ou mesmo parar. A gestão psicológica destes momentos é decisiva para o desenrolar da prova. É importante manter a mente numa “frame” positiva. Se nos deixamos invadir por pensamentos negativos, rapidamente abrandamos, paramos ou mesmo desistimos. É natural que eles apareçam, mas temos que os contrariar. Gerir o subconsciente!
Por experiencia própria sei o que isso é. Descobri que no meu caso, quando entro nessa “zona” o meu sofrimento tem um comportamento sinusoidal. Vai e vem. De quanto mais dura, maior começa a ser a frequência. Em algumas provas que fiz, depois de terminar, fiquei muitas vezes surpreendido por ter “aguentado”, resistido.
O Mark Allen ganhou no Hawai a 1ª vez após várias tentativas. Segundo ele, faltava-lhe esta capacidade. Só quando a adquiriu alcançou o desejado triunfo. Que voltaria a repetir mais 5 vezes.
Dei por mim a pensar em algumas provas da época 2010/2011. Exemplos são o Triatlo Longo de Lisboa, o Triatlo Longo de Aveiro e o CN de Triatlo em Abrantes. Em todas elas andei bastante no segmento de corrida. Se em Aveiro o sofrimento apareceu muito cedo, já em Lisboa apareceu depois de noutros anos.
É verdade que o meu nível físico não estava como em anos anteriores. Mas a diferença era pequena.
A justificação que encontro é que a minha mente não estava com disponibilidade para sofrer de outros anos. Faltou-me resistência mental. Não estava com espírito lutador. Desconheço as razões. Talvez falta de motivação. A falta de rivalidades ou a falta de ter objectivo concretos. Foi um ano ao sabor do vento.
Se bem que o importante para mim continua a ser participar e terminar. Mais do que qualquer objectivo classificativo. Mas quando te vês nos últimos lugares da classificação, a ser ultrapassado por atletas com menor capacidade, o teu orgulho de alguma forma fica “ferido”.
Tentarei reagir:). A ver se reencontro novamente esta capacidade de sofrimento para a época 2011/2012. Pelo menos nas provas mais importantes.
Bons treinos. Bem equipados que está muito frio!